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Perfil | Breno Leal Ferreira pesquisa as Cartas Andradinas e a articulação dos irmãos Andrada com António de Meneses Vasconcelos de Drummond para publicações científicas nos anos de exílio na França (1824-1829)
Breno Leal Ferreira, pesquisador e bolsista do Programa de Apoio à Pesquisa da Biblioteca Nacional.
Com o fechamento da Constituinte de 1823, inicia-se um período menos conhecido da vida dos irmãos José Bonifácio de Andrada e Silva, António Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva e Martim Francisco Ribeiro de Andrada, quando se exilaram na França (1824), instalando-se em Talence e Bordeaux. Durante todo o período em que lá estiveram (retornaram a partir de 1828), mantiveram correspondência constante – as chamadas Cartas Andradinas – com António de Meneses Vasconcelos de Drummond, também exilado, mas residindo em Paris e inserido no círculo intelectual e editorial local.
Para além dos comentários sobre a conjuntura política do Brasil, as cartas, que fazem parte do acervo da Biblioteca Nacional, revelam uma articulação entre os Andrada e Drummond para obterem obras científicas e publicarem estudos científicos em periódicos parisienses. O projeto, intitulado Os irmãos Andrada e o Conselheiro Drummond: correspondências, circulação de obras e publicações científicas e políticas nos anos de exílio na França (1824-1829), visa analisar, a partir das cartas, essa articulação, que resultou, por exemplo, na publicação dos registros das viagens mineralógicas de José Bonifácio e Martim Francisco no Journal des Voyages, Découvertes et Navigations (1827).
Breno Ferraz Leal Ferreira é doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (2016), tendo defendido tese intitulada Economia da Natureza: a História Natural, entre a Teologia Natural e a Economia Política (Portugal e Brasil, 1750-1822), para qual contou com bolsa Capes. No período das pesquisas para o doutoramento, realizou estágios no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL), com bolsas concedidas pelo Banco Santander e Fundação Calouste Gulbenkian. É mestre também pelo mesmo programa (2009), com a dissertação Contra todos os inimigos. Luís António Verney: historiografia e método crítico (1736-1750). Financiado pela Fapesp, realizou estágio pós-doutoral junto ao Departamento de História da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e, no âmbito da mesma pesquisa, foi pesquisador visitante na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), em Paris. É autor de diversos artigos publicados em periódicos científicos. Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/9648269814579578