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Aniversário da Vitória Aliada na Segunda Guerra Mundial é celebrada na Biblioteca Nacional
Solenidade homenageou os que combateram naquele que foi o evento de inflexão internacional mais importante de nossa era. Ação conjunta, entre a Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e a Associação dos Ex-Combatentes do Brasil – seção Rio de Janeiro (AECB/RJ), condecorou a única enfermeira viva que esteve na guerra pela Força Expedicionária Brasileira (FEB).
A comemoração da vitória dos aliados na 2ª Guerra Mundial transcorreu no auditório Machado de Assis, no prédio sede, Centro do Rio. Os convidados foram recebidos pelo presidente da FBN, Luiz Carlos Ramiro Jr., e pelo senhor Sylvio Ernesto Cocchiarella Filho, presidente da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil – seção Rio de Janeiro.
Representando a senhora Virgínia de Niemeyer Portocarreiro, última enfermeira da Força Expedicionária Brasileira com vida, sua filha, dona Daisy Avansi Portocarreiro. “Ser filha dela, sendo adotada, dá muito orgulho, pois fui acolhida de coração, verdadeiramente”. Falou ainda sobre o diferencial deste ano, o local escolhido para a realização do evento: “Estou agradavelmente surpresa do evento ter sido aqui na Biblioteca Nacional, onde por sinal eu vinha ler na época de estudante.”
O senhor Alfredo Duarte dos Santos, vice-presidente da AECB/RJ comentou sobre a propícia confluência entre a AECB/RJ e a Biblioteca Nacional do Brasil. “A FEB foi uma das forças mais prolíficas em matéria de produção bibliográfica. São quase 2 mil livros e inúmeras cartas, diários entre outros documentos”. Nada mais natural então, segundo ele, que sediar a solenidade, tradicionalmente feita na sede da AECB/RJ, “na casa que é um tesouro do Brasil, guardiã da memória nacional”.
O senhor Alfredo teceu considerações sobre a contribuição brasileira na Segunda Guerra Mundial. “Surpreendemos as forças aliadas, por não termos divisão racial em nossas tropas. Dois anos após o fim da Guerra, o presidente Truman acabou com a divisão por raça no exército americano. No fim da guerra, erámos vistos como libertadores da Itália, vencemos o medo inicial que os italianos tinham de nós. “
“Páginas inteiras de nossa historiografia militar forma manchadas por motivos políticos e ideológicos, e fica a ideia de que somos um país de vira-latas, sem amor à família e à Pátria, sem brio, sem valor e sem coragem, o exemplo deles na Guerra mostra que isso não é verdade”.
O presidente da Fundação Biblioteca Nacional, por sua vez, destrinchou em seu discurso as qualidades que compõem a notável resiliência do povo brasileiro demonstrada – e ilustrada por uma carta que está no acervo da BN - por ocasião da Guerra: “O amor a Deus, o bom humor e a coragem diante das adversidades. Muito se fala de crise da civilização, mas poucos vão às raízes dessa crise.”, destacou. [Para ler o discurso completo clique aqui.].
A solenidade transcorreu em meio a um respeitoso cerimonial militar, com a presença da banda “Brazilian Piper’s”, que cuidou da execução musical de acordo do Toque de Silêncio, e acompanhou musicalmente a entrega das diversas insígnias concedidas na noite.
Após a concessão de várias condecorações, entre elas a Medalha do Jubileu Brilhante da Vitória, dada aos que honram e guardam a memória dos ex-combatentes, os membros da mesa de honra fizeram suas considerações finais, relembrando a importância de guardar a chama sagrada do heroísmo daqueles homens e mulheres, oriundos deste solo, que realizaram uma das páginas mais gloriosas de nossa história: a colaboração na derrota dos regimes nazistas e fascistas.
O evento é um marco no envolvimento da mais antiga instituição cultural do país, com a mais importante comemoração para a paz e a consagração dos povos no século XX, em particular remarcando a participação do Brasil nesse feito mundial.
Por fim, mas não menos importante, cabe remarcar que o evento se inseriu nas comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil, pela marca que tal evento histórico, a presença do Brasil na Guerra Mundial e a lembrança dos ex-combatentes, imprime na formação e desenvolvimento da nação independente.