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Ana Néri, a “Mãe dos Brasileiros”
O falecimento de Ana Néri, em 20 de maio de 1880, no Rio de Janeiro, é ainda uma das efemérides do calendário comemorativo da área da saúde (Diário da Noite)
Ana Justina Ferreira Néri, ou Ana Néri, consagrou-se na história brasileira durante trabalho voluntário em hospitais, na Guerra do Paraguai. Nascida em 13 de dezembro 1814, na Bahia, casou-se aos 23 anos com o Capitão de Fragata da Marinha Isidoro Antônio Néri. Aos 29 anos, ficou viúva e passou a cuidar dos três filhos. Um formou-se cadete e dois, médicos.
Viu seus filhos marcharem rumo aos campos de batalha da Guerra e, sem pestanejar, solicitou permissão ao Presidente da Província da Bahia para acompanhar os combatentes, oferecendo serviços de ajuda aos feridos em combate:“...que ofereça os meus serviços em qualquer dos hospitais do Rio Grande do Sul, onde se façam precisos, com o que satisfarei ao mesmo tempo os impulsos de mãe e os deveres de humanidade para com aqueles ora sacrificam suas vidas pela honra e brios nacionais…” (A Noite, http://memoria.bn.br/DocReader/348970_05/4981).
Seu destino seriam as cidades paraguaias mais próximas à contenda. Atuou em um cenário de trabalho voluntário praticamente sem recursos materiais e humanos, em condições precárias de higiene e de socorro às vítimas. Entretanto, seu trabalho foi incansável. Montou com seus próprios recursos, em Assunção, um hospital de campanha. Ali veria, morto em combate, um de seus filhos (Diário Carioca, http://memoria.bn.br/DocReader/093092_03/24655). A perda de seu filho, entretanto, não abalou o acolhimento generoso aos feridos, o que lhe rendeu o apelido de “Mãe dos Brasileiros”, como era carinhosamente chamada nos hospitais por onde passou em Salto, Corrientes, Assunção, Humaitá.
Precursora da Cruz Vermelha no Brasil, Ana Néri foi condecorada com a Medalha de Prata Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de Primeira Classe, dentre outras homenagens, por sua atuação voluntária(Imprensa Popular, http://memoria.bn.br/DocReader/108081/15609). Por suas ações e abnegação em socorrer ao próximo, é reverenciada como uma das grandes mulheres da História Brasileira, a pioneira da Enfermagem no Brasil (Diário Carioca, http://memoria.bn.br/DocReader/093092_03/24655).
Em 1923, foi criada a primeira escola de Enfermagem, intitulada Ana Néri, em sua homenagem. Em 1947, encontramos notícias sobre a formatura das primeiras Enfermeiras Brasileiras, para a Cruz Vermelha (Gazeta de Notícias, http://memoria.bn.br/DocReader/103730_07/32231). Como reconhecimento, e celebração pela memória dessa importante personagem brasileira, o dia do Enfermeiro (12 de maio) foi instituído em 1938.
Aquela visão quase angelical da enfermeira que cuida voluntária e ternamente dos seus enfermos, hoje é contrastada com o cotidiano real vivido por esses profissionais essenciais que, infelizmente, carecem dos devidos investimentos e valorização, tanto dos poderes públicos quanto da sociedade (Jornal do Brasil, http://memoria.bn.br/DocReader/030015_09/117806). Atualmente, no Brasil, essas mulheres e homens que atuam incansavelmente na área da saúde merecem, cada vez mais, nosso reconhecimento. Estão na linha de frente, confrontados por doenças que exigem atenção, cuidado redobrado, profissionalismo, conhecimento científico e, acima de tudo, cooperação de toda uma estrutura da área da Saúde. (Raquel França dos Santos Ferreira)
O falecimento de Ana Néri, em 20 de maio de 1880, no Rio de Janeiro, é ainda uma das efemérides do calendário comemorativo da área da saúde (Diário da Noite, http://memoria.bn.br/DocReader/221961_05/4041).