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27 de Maio, homenagem à Mata Atlântica
Retrato da Mata Atlântica, por Marc Ferrez.
O dia em homenagem à mata Atlântica foi definido por um decreto presidencial de 21 de setembro de 1999 e remete à “Carta de São Vicente”, documento no qual o padre José de Anchieta, em 1560, descreveu a biodiversidade das florestas tropicais das Américas.
A Mata Atlântica foi formada entre 100 e 50 milhões de anos atrás e abrange diferentes ecossistemas integrados – florestas, campos de altitude, mangues, brejos e restingas – estendendo-se do nível do mar a altitudes superiores a dois mil metros. Originalmente, cobria mais de um milhão de quilômetros quadrados – cerca de um quarto da Amazônia Brasileira –, espalhando-se por 17 estados (aproximadamente 13% do território nacional), ao longo da faixa litorânea. Abriga por volta de 70% da população brasileira e a produção de mais da metade da riqueza do país.
Dotada de mega biodiversidade, é um centro de endemismo (pelo menos 700 espécies de vertebrados são endêmicas, ou seja, encontradas apenas ali) e heterogeneidade. Dos animais ameaçados de extinção no Brasil, mais de 60% vivem na Mata Atlântica, como o mico-leão-dourado, a onça-pintada e a anta – nosso maior mamífero terrestre. Além dos bichos, possui por volta de 20 mil espécies vegetais, de arbustos a orquídeas e árvores, como cedro, palmeira-juçara e o simbólico pau-brasil.
Por ser o berço da ocupação colonizadora do Brasil, é o bioma mais afetado pela devastação. Durante séculos, foi esquadrinhado e derrubado em busca de riquezas animais e vegetais. O processo civilizatório empregado pressupunha, ainda, a “limpeza” da floresta, vista como hostil e um obstáculo a ser superado. Calcula-se que restam em torno de 8% da sua área original.
Grandes centros urbanos ocupam áreas de Mata Atlântica e se esforçam para preservar seus remanescentes. É o caso do Rio de Janeiro, com o Parque Nacional da Tijuca e o Parque Estadual da Pedra Branca (que estão entre as maiores florestas urbanas do mundo) e São Paulo, com os parques estaduais da Serra do Mar e da Cantareira. Outra estratégia de preservação é a criação de corredores ecológicos, que visam unir os principais fragmentos, possibilitar o fluxo gênico e evitar o isolamento das populações da fauna e flora.
Várias instituições e organizações agem para a conscientização e proteção do bioma, como a S.O.S. Mata Atlântica, a internacional WWF, o Ministério do Meio Ambiente e suas unidades de conservação. E ainda existe a Lei da Mata Atlântica (lei nº 11.428, de 22/12/2006), que estabelece regras sobre sua proteção e utilização.