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24 de junho | Nascimento de Joaquim Manuel de Macedo
Rua do Ouvidor por Marc Ferrez (1843-1923)
A Rua do Ouvidor de Joaquim Manuel de Macedo Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) ganhou prestígio como romancista com o best seller da época “A Moreninha”, mas é o Macedo cronista que lembramos hoje, no dia de seu aniversário.Macedo deixou pérolas nas crônicas da cidade do Rio de janeiro. Desenvolveu uma crônica do cotidiano de pequenos personagens e incidentes, fatos pitorescos e coisas simples do dia a dia. Sua estreia foi com a série de crônicas “Um passeio pela Cidade do Rio de Janeiro” (1862), seguida das “Memórias da Rua do Ouvidor” (1878). Rua do Ouvidor que ilustra este post, em foto de Marc Ferrez.
As “Memórias da Rua do Ouvidor” foram publicadas semanalmente, em forma de folhetins anônimos, no Jornal do Comércio. Nestas memórias ele reconstitui com detalhes históricos e um pouco de ficção, a história pitoresca da mais concorrida de todas as ruas da capital do Império. Fazia isso misturando a história dos lugares com conversas com o leitor.
Ao começar sua história, Macedo conta que a Rua do Ouvidor, só chamada assim em 1780, nasceu de uma abertura entre o mar e a Rua Direita (hoje Primeiro de Março) e por isso chamada Desvio do Mar. Macedo comenta o que foi quase uma metáfora do destino: “Eis o berço da bonita, vaidosa e pimpona atual Rua do Ouvidor! Fica, pois, historiado que ela nasceu de um desvio, e desvio da Rua Direita, ou do caminho direito, o que, a falar a verdade, não era de bom agouro”. A rua era certamente o local das novidades, da quebra de padrões. O lugar que ditava a moda francesa, o comportamento cosmopolita. Foi o primeiro lugar a ter telefone e cinema. Era a rua-símbolo da vida moderna no Rio de Janeiro.
Esta e outras histórias de Macedo estão compiladas na obra “O Rio de Joaquim Manuel de Macedo- Jornalismo e literatura no século XIX- antologia de crônicas”, coedição da Casa da Palavra e Biblioteca Nacional. Pode ser vista no link abaixo:
(Seção de Iconografia)