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A Fundação Biblioteca Nacional presta homenagem ao escritor maranhense
10 de agosto de 2023: hoje é celebrado o bicentenário de Gonçalves Dias!
Natural de Caxias, no Maranhão, onde nasceu a 10 de agosto de 1823, Gonçalves Dias é conhecido por sua obra literária, em especial os poemas nacionalistas e indigenistas. Além disso, atuou como jornalista, como advogado, como professor do Colégio Pedro II e ainda como etnólogo, que pesquisava as línguas dos povos originários. Dirigiu a Seção Etnográfica e Narrativa da Comissão Científica de Exploração, organizada pelo IHGB, e com ela viajou entre 1859 e 1860 pelo Ceará. Também visitou o Pará e o Amazonas. Em 1862 foi à Europa em busca de tratamento para a saúde, sem lograr êxito. Dois anos mais tarde embarcou de volta ao Brasil, mas o navio em que viajava naufragou na costa do Maranhão. Todos a bordo se salvaram, menos o escritor, que não teve forças para deixar seu camarote. Assim, no dia 3 de novembro de 1864, morria aquele que José de Alencar disse ser “o poeta nacional por excelência, aquele a quem ninguém disputa na excelência da imaginação”.
A Fundação Biblioteca Nacional possui em seu acervo muitos documentos de e referentes a Antônio Gonçalves Dias. Além de edições impressas de suas obras, que remontam ao século XIX – tais como “Primeiros Cantos”, da editora carioca Laemmert, de 1846, e a coletânea de poemas “Cantos” publicada pela Brockhaus, de Leipzig, em 1857 --, a “Gonçalvina” conta com peças iconográficas, documentos biográficos, correspondência, notas sobre etnografia e alguns trabalhos feitos por Antônio Gonçalves Dias como tradutor e prefaciador. A maior parte do acervo original foi adquirida em 1946 dos herdeiros de Manuel Nogueira da Silva, servidor da Biblioteca Nacional que era também colecionador das obras do poeta. Esses documentos estão sob a guarda da Seção de Manuscritos e compõem a Coleção Gonçalves Dias.
O acervo adquirido de Nogueira da Silva serviu como base para a elaboração de uma lista de manuscritos e bibliografia de Antônio Gonçalves Dias, excluindo obras impressas, que foi publicada nos Anais da Biblioteca Nacional v. 72. Em 1964, centenário de morte do escritor, a instituição abrigou uma exposição em sua homenagem, cujo catálogo está disponível na BN Digital. São excelentes pontos de partida para conhecer um pouco mais o trabalho e a personalidade do autor de “I-Juca Pirama” e “Canção do Exílio”, bem como descobrir tesouros abrigados nas estantes da Biblioteca Nacional.