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200 da Independência | “Fundadores do Brasil”: D. Pedro I
Personagem fundamental tanto na Independência brasileira, como na consolidação da Monarquia Constitucional portuguesa, a vida de D. Pedro I foi repleta de reviravoltas e polêmicas. Para alinhavar algumas dessas facetas, o evento conta com renomados historiadores dos dois lados do Atlântico, Isabel Lustosa (CHAM/Universidade Nova de Lisboa - IHGB) e Rui Ramos (Universidade de Lisboa).
Pedro I teve uma dessas vidas cujas principais passagens estiveram ligadas às grandes transformações históricas de seu tempo. As consequências do liberalismo político que disciplinava o exercício do poder monárquico e se alastrava pela Europa o levaram a atravessar o Atlântico em duas ocasiões distintas de sua vida. Na primeira, fugindo da invasão napoleônica para a colônia brasileira junto com a Corte portuguesa em 1807; e, na segunda, retornando a Portugal justamente para defender os princípios constitucionais aceitos pelo seu pai quase duas décadas depois da fuga.
Personagem complexo, polarizador e polêmico, o primeiro imperador do Brasil colecionou episódios marcantes como poucos na história política. Desde seu “grito” de Independência em 1822 até seu papel na garantia da sucessão dinástica dos Bragança – tanto no Brasil como em Portugal –, ele se mostrou impetuoso na condução de sua vida pública e privada. Estas duas esferas de sua existência sempre estiveram estreitamente entrelaçadas para o bem e para o mal. O escrutínio sobre suas ações despertou grandes paixões de seus contemporâneos e suas escolhas vêm sendo alvo de permanente interesse ao longo dos dois séculos que o separam de nós.
Para conduzir essa conversa às vésperas dos 200 anos da controvertida efeméride da Independência, temos o privilégio de contar com dois renomados especialistas: Isabel Lustosa (CHAM/Universidade Nova de Lisboa - IHGB), autora de uma das mais sedutoras biografias históricas das últimas décadas, D. Pedro I: um herói sem nenhum caráter [Cia das Letras, 2006]; e Rui Ramos (Universidade de Lisboa), que, entre outros títulos, publicou Dois países, um sistema: a Monarquia Constitucional dos Braganças em Portugal e no Brasil (1822-1910) com José Murilo de Carvalho e Isabel Corrêa da Silva [D. Quixote, 2018].
A Fundação Biblioteca Nacional convida para um episódio da série “200 da Independência”.
Quinta-feira, 7 de outubro de 2021, às 17h.
"Fundadores do Brasil" - D. Pedro I
Por Isabel Lustosa ((CHAM/Universidade Nova de Lisboa - IHGB)) e Rui Ramos (ICS, Universidade de Lisboa)
Isabel Lustosa foi pesquisadora da Fundação Casa de Rui Barbosa por 30 anos. Trabalhou também no Museu da República e no IPHAN. Desde 1997 é doutora em Ciência Política pelo antigo IUPERJ atual IESP-UERJ. É também membro do Pen Club do Brasil e sócia titular do IHGB. Ocupou a Cátedra Simon Bolívar no IHEAL Sorbonne Nouvelle, entre 2010 e 2011 e foi titular da Cátedra Sérgio Buarque de Holanda/Maison des Sciences de l´Homme/Paris para o período 2012-2015, atuando como professora visitante da Universidade de Rennes-2 e como professora visitante sênior junto ao CHAM/Universidade Nova de Lisboa, entre 2019 e 2020. É autora, entre outros, de “Insultos impressos: a guerra dos jornalistas na Independência” (Cia das Letras, 2000); "D. Pedro I: um Herói sem nenhum caráter" (Cia das Letras, 2009); “Lampião: esperteza e violência” (Claro enigma, 2011) e “O jornalista que imaginou o Brasil – tempo, vida de pensamento de Hipólito da Costa – 1774-1823” (Editora da UNICAMP, 2019). Organizou: “Imprensa, humor e caricatura: a questão dos estereótipos culturais” (EdUFMG, 2011); “Imprensa, história e literatura”, (Editora da FCRB, 2008), “Agostini: o italiano que desenhou o Brasil” (editora da FCRB, 2014) e, junto com Alberto Dines, produziu, organizou e editou a edição fac-similar do “Correio Brasiliense de Hipólito da Costa”, publicada em 31 volumes pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, entre 2002 e 2003.
Rui Ramos é licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa (1985) e doutor em Ciência Política pela Universidade de Oxford (1997). Atualmente, é Investigador Principal do quadro do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, onde tem seguido a carreira de investigação desde 1986. Enquanto historiador, especializou-se na história de Portugal dos séculos XIX e XX, estudando sobretudo os aspectos políticos e culturais. Tem-se dedicado em particular à investigação da época do final da monarquia constitucional e da I República. Interessa-se também pela história das ideias políticas na Europa dos séculos XIX e XX, tema sobre o qual tem orientado vários seminários no Instituto de Ciências Sociais, no âmbito do programa de mestrado e doutoramento em Política Comparada. Autor de dezenas de artigos publicados em revistas científicas portuguesas e estrangeiras, e de vários livros, entre os quais “A Segunda Fundação”, volume VI da “História de Portugal” dirigida por José Mattoso (1994), “João Franco e o Fracasso do Reformismo Liberal” (2001), e a Biografia D. Carlos, na série dos “Reis de Portugal” (2006). Foi ainda um dos coordenadores da obra em três volumes “Dicionário Biográfico Parlamentar. A Monarquia Constitucional” (2004-2005). Colabora atualmente no projeto internacional “El Léxico Político y Social de la Modernidad Iberoamericana” [Proyecto Iberconceptos], que reúne investigadores de dezenas de universidades espanholas, portuguesas e latino-americanas com vista à elaboração de um “Dicionário de História dos Conceitos Políticos e Sociais no Mundo Ibero-Americano” entre 1750 e 1870. Além da sua atividade universitária e de investigação histórica, Rui Ramos mantém uma coluna semanal de comentário da atualidade no jornal diário Público desde 2006, e colaborou na revista mensal de ideias e debate Atlântico entre 2005 e 2008. Foi ainda autor da série televisiva de 12 episódios, passada na RTP-1 em 2007, “O Portugal de...” (texto adaptado de https://www.ics.ulisboa.pt/pessoa/rui-ramos).
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