Literatura e Imprensa no Brasil de fins do século XIX
Marina Pózes Pereira Santos
Bolsista mestranda
Nos primórdios do governo republicano no Brasil, em março de 1890, período em que o novo regime se afirmava no cenário nacional, um esqueleto humano foi descoberto no Paço Imperial, sede do governo recentemente deposto. Essa descoberta teve grande repercussão na imprensa, gerando romances-folhetins que se inseriam nos movimentos pró-república da época, os quais associavam o governo republicano ao progresso e à civilização inexistentes no período imperial. Para isso, eles veicularam narrativas fantasiosas acerca do caso do esqueleto, especulando a respeito dos possíveis motivos para a ocorrência do incidente no Paço. Seus enredos mergulharam no passado imperial para revelar segredos e mistérios ocultos que justificassem a criação da nova ordem republicana. Dentro desse contexto, encontram-se os romances-folhetins O esqueleto: Mistérios da Casa de Bragança, pela Gazeta de Noticias, O esqueleto do Paço: história d’ além-túmulo, pelo Diario do Commercio, e Um crime do Paço Imperial, pelo O Estado de São Paulo. Na presente pesquisa, desenvolvida com o apoio institucional da Fundação Biblioteca Nacional, analisamos esses romances-folhetins, dando destaque para o entrelaçamento entre imprensa, vida política e literatura ao longo dos anos 1870 e 1890.
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PRODUTO FINAL do projeto de pesquisa