Percepções urbanas em jogo: os impactos da Copa do Mundo de 1950 à luz da imprensa carioca
Bolsista Mestre
Ao longo das últimas décadas o governo brasileiro tem envidado esforços cada vez maiores no sentido de tornar o país um consolidado anfitrião de mega-eventos esportivos de porte internacional, acompanhando uma tendência presente em outros países em desenvolvimento. Neste período, a primeira tentativa concreta de inserção na acirrada disputa por tal condição se deu com a candidatura de Brasília para sediar os Jogos Olímpicos de 2000, lançada no início da década de 1990, durante o governo Collor (1990-1992). Desde então, uma série de novos intentos com o mesmo objetivo foram engendrados, como as candidaturas da cidade do Rio de Janeiro visando as Olimpíadas de 2004 e 2012, e a pré-candidatura da cidade de São Paulo para os Jogos Olímpicos de 2012. Contudo, tais iniciativas não lograram êxito. Foi apenas após a capital fluminense ter sediado os Jogos Pan-americanos de 2007, um evento de menor porte, que novos horizontes puderam ser vislumbrados para as principais aspirações relacionadas a estes projetos1.
Neste contexto, os representantes do Rio de Janeiro foram finalmente contemplados com o direito de organizar vários mega-eventos esportivos na década que agora se inicia: os Jogos Mundiais Militares, em 2011; a Copa das Confederações de Futebol, em 2013; a Copa do Mundo de Futebol, em 2014; e as Olimpíadas de 2016. Com isso, diversas expectativas envolvendo estes acontecimentos foram criadas no seio da população, em seus representantes e na opinião pública em geral, sobretudo no que tange aos seus impactos positivos e negativos.