A crítica “interessada” de Mário Pedrosa: o papel da arte na revolução dos sentidos
Tarcila Soares Formiga
Bolsista Graduada
Conhecido pela sua atuação como militante político de esquerda e crítico de arte, Mário Pedrosa contribuiu para as transformações no cenário cultural brasileiro no período compreendido entre meados da década de 40 e início da década de 60. No entanto, por conta do papel central que desempenhou no campo cultural, a maioria das análises que se debruçam sobre a trajetória do crítico sucumbe a uma interpretação que reforça uma separação entre sua obra política e sua obra estética. O fato de Pedrosa ter atuado em dois universos cujos fundamentos são distintos acabou gerando interpretações que, para superar o suposto paradoxo entre arte e política, privilegiaram apenas uma das esferas de ação do crítico, como se não houvesse nenhuma influência entre elas. Para tratar da mudança de postura que torna a trajetória de Pedrosa algo incomum no campo artístico – seu posicionamento favorável a uma arte proletária, na década de 30, e a defesa da autonomia da arte, a partir da década de 40 –, essas análises ressaltaram sua atuação ora como ativista político, ora como paladino do movimento abstracionista no Brasil. Em uma tentativa de superar essa dicotomia entre arte e política, o objetivo deste trabalho é compreender a tentativa de Pedrosa de legitimar a atividade do crítico de arte como uma forma peculiar de militância política.
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PRODUTO FINAL do projeto de pesquisa
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