Negociantes, imprensa e poder: uma análise das disputas pela direção da Associação comercial do Rio de Janeiro (1889-1916)
Nivea Silva Vieira
Bolsista Residente
Este trabalho consiste na investigação dos conflitos entre as frações da classe dominante que disputaram a direção intelectual e moral da Associação Comercial do Rio de Janeiro, entre 1889 e 1916. Com base nas categorias de análise desenvolvidas por Antonio Gramsci, este trabalho considera que a atuação da ACRJ corresponde a atuação de um partido no sentido ampliado. Para compreender como este “Partido dos Negociantes” conseguiu resolver as divergências internas, superar a fragmentação e permanecer dentro do bloco de poder, a pesquisa se debruçou sobre dois importantes jornais que auxiliaram as frações em disputa no interior da entidade. O Jornal do Commercio foi um importante colaborador das frações hegemônicas na ACRJ, atuando na divulgação e organização de sua visão de mundo. Enquanto o jornal Correio da Manhã foi o porta- voz das frações dissidentes, difundindo para toda a sociedade a cultura da fração comercial, no sentido estrito, defendendo em suas paginas a necessidade de mobilização politica desta fração. O trabalho concluiu que a aliança entre o capital financeiro com o Jornal do Commercio foi fundamental para a manutenção da hegemonia deste grupo ao longo do período pesquisado. Enquanto que o apoio do Correio da Manhã às frações não hegemônicas viabilizou a organização dos comerciantes para a disputa efetiva da direção do partido em 1916.
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Perfil
Nívea Vieira e as políticas públicas no Estado brasileiro
Evento
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