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Condes de Castelo Melhor
Destaques da Coleção
Entre os documentos que compõem a Coleção, vale destacar o manuscrito de Luis de Vasconcelos e Sousa (1636-1720), 3º conde de Castelo Melhor, intitulado “O perfeito privado ou papel político que a título de carta escreveu o padre Antônio Vieira da Companhia de Jesus ao conde de Castelo Melhor”. Pelas diversas cópias existentes em bibliotecas e arquivos portugueses pode-se imaginar que o manuscrito alcançou algum sucesso nos séculos XVII e XVIII. De acordo com uma das versões sobre sua origem, o manuscrito teria sido escrito pelo Padre Antônio Vieira e oferecido a Luís de Vasconcelos e Sousa no início do seu “ministério” em 1662. Entretanto, não há qualquer indício seguro de que o mesmo seja de autoria de Vieira, existindo a hipótese de outros autores como o então secretário de Estado Antônio de Sousa de Macedo e Frei Gabriel da Purificação.
Do 4º Conde de Figueiró, Luis de Vasconcelos e Sousa (1742-1809), chama atenção a sua correspondência com a coroa portuguesa no período do seu vice-reinado (1779-1790), contendo cartas sobre questões de defesa do território, assuntos comerciais e administrativos.
A Coleção também possui importantes documentos do Padre Antonio Vieira, como escritos do jesuíta e manuscritos relativos ao seu processo inquisitorial.
Sobre a casa nobiliárquica de Castelo Melhor
Entre as principais casas nobiliárquicas de Portugal no século XVII, a de Castelo Melhor ganhou destaque pelos serviços prestados aos monarcas de Portugal e pelo patrimônio adquirido. Descendentes da linhagem dos Vasconcelos, cujos membros se destacaram nas batalhas da Reconquista no século XIII, atingiram o primeiro lugar entre as famílias nobres do reino no período da União Ibérica. Durante o reinado de Felipe III (1598-1621), o capitão-general de Tânger Rui Mendes de Vasconcelos foi recompensado pelos seus serviços militares e, em 1611, se tornou o 1º conde de Castelo Melhor. João Rodrigues de Vasconcelos (1593-1658), destacado militar do reinado de D. João IV (1640-1656) e governador-geral do Estado do Brasil entre 1650-1654 foi nomeado o 2º conde de Castelo Melhor, após a morte de Rui Mendes de Vasconcelos. Em 1658, com a morte de João Rodrigues, seu filho primogênito Luís de Vasconcelos e Sousa (1636-1720) herdou seu título e tornou-se, em 1660, o 3º conde de Castelo Melhor. Em pouco tempo ganhou a confiança do rei D. Afonso VI e entre 1662-1667 foi o mais importante ministro da coroa portuguesa.
No século XVIII, outro membro da Casa de Castelo Melhor, Luis de Vasconcelos e Sousa (1742-1809) se destacou nos serviços à coroa e foi o 4º conde de Figueiró. Entre 1778 e 1790 foi o 12º vice-rei do Brasil. Sua administração ficou marcada por ações de urbanização do Rio de Janeiro, como a construção do Passeio Público, entre outras.