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Coleções da Seção de Manuscritos | Melo Franco
A Coleção reúne não apenas documentos produzidos pelo titular, mas também por outros membros da família Melo Franco, compreendendo itens que vão do século XVIII à década de 1940.
Afrânio de Melo Franco (Paracatu, MG, 25/2/1870 – Rio de Janeiro, 1/1/1943) iniciou sua vida pública em 1890, em Ouro Preto, como promotor interino. Em 1892 participou da fundação da Faculdade de Direito de Minas Gerais. Quatro anos depois, entrou na carreira diplomática como secretário da legação do Brasil em Montevidéu, mais tarde transferido para a Bélgica.
Em 1902, de volta ao Brasil, entrou para o Partido Republicano Mineiro, que disputava as eleições para a Câmara Estadual, e participou da reforma constitucional de Minas. Em 1906, foi eleito para a Câmara Federal.
Em 1918, Melo Franco assumiu a Secretaria de Finanças de Minas Gerais. Pouco depois, o Presidente Rodrigues Alves o nomeou para o Ministério da Viação e Obras Públicas, que ocupou até 1919. Nos anos seguintes alternou a participação na vida política do Brasil com a atuação no exterior, notadamente como embaixador junto à Liga das Nações. Em 1927 foi reeleito deputado federal e se envolveu com a sucessão presidencial de 1930, trabalhando em favor da Aliança Liberal, que apoiava a candidatura de Getúlio Vargas.
Entre 1930 e 1933, atuando como Ministro das Relações Exteriores, Afrânio de Melo Franco construiu uma rede de relações comerciais e diplomáticas entre o Brasil e outros países. Colaborou na resolução de conflitos como o do Chaco e o de Letícia, o que lhe valeu uma indicação ao Prêmio Nobel da Paz em 1935. Encerrada sua missão no Itamarati, participou da comissão legislativa que elaborou a Constituição de Minas em 1935. Representou o Brasil na VIII Conferência Pan-Americana, realizada em Lima, em 1938. Ao eclodir a II Guerra Mundial, Melo Franco foi presidente da Comissão Interamericana de Neutralidade e, a partir de 1942, da Comissão Jurídica Interamericana, quando o Brasil rompeu relações diplomáticas com os países do Eixo.
Pai do fundador da UDN Virgílio de Melo Franco, dos diplomatas Afrânio e Caio de Melo Franco e de Afonso Arinos de Melo Franco - deputado, escritor e membro da Academia de Letras -, Afrânio de Melo Franco faleceu em 1943, deixando vários trabalhos publicados e uma preciosa coleção de documentos: correspondência pessoal e institucional, correspondência de familiares, documentos sobre a Liga das Nações, recortes de jornal. O acervo foi doado à Biblioteca Nacional em 1956 pela família e se somou aos documentos adquiridos por compra em 1824 ao avô do titular, Francisco de Melo Franco (1757-1823), médico da Real Câmara. Está parcialmente organizado.
Um dos poucos documentos digitalizados é esta carta de Artur Bernardes, datada de 1918, quando o futuro presidente do Brasil estava prestes a assumir a presidência do estado de Minas Gerais. Nela solicita a colaboração de Melo Franco na pasta de Finanças e aponta seus escolhidos para outros postos. O documento pode ser visualizado no seguinte link da BN Digital:
Ana Lúcia Merege
(Seção de Manuscritos)