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Coleções da Seção de Manuscritos | Galvão
A Coleção Galvão da Biblioteca Nacional tem como titular Miguel Archanjo Galvão, ministro do Tribunal de Contas da União nos primeiros anos da República.
Galvão nasceu em Goianinha, RN, 1921, filho do alferes José Lopes Galvão e de Josefa Maria de Jesus Galvão. Fez os primeiros estudos em sua terra natal e, em 1841, tornou-se funcionário do Ministério da Fazenda. No mesmo ano, assumiu o cargo de contador da Tesouraria de Sergipe, e em 1849 tornou-se escrivão da alfândega no Rio Grande do Sul. Atuou na Guerra do Paraguai à frente da Repartição Fiscal e Pagadoria da Marinha, pelo que foi condecorado com a Medalha da Campanha do Paraguai. Mais tarde viria também a receber também a Comenda da Ordem da Rosa.
Em maio de 1894, Galvão tomou posse como ministro do Tribunal de Contas da União, cargo que exerceu até 1896. Também atuou em outras instituições ligadas à administração e às contas públicas, tais como o Tesouro Nacional e a Tesouraria Geral do Rio Grande do Sul, e na comissão de exame do Hospital Militar. Tinha, além disso, grande interesse pela história brasileira e assuntos culturais; foi membro de sociedades de fomento às artes e à literatura e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Seu principal interesse era a numismática, e a esse respeito escreveu uma obra que, publicada na Revista do IHGB, até hoje é tida como fonte indispensável de informação. Trata-se de “A moeda no Brasil: histórico e catálogo de uma coleção de moedas e medalhas brasileiras desde os tempos coloniais até 1889”.
Miguel Archanjo Galvão foi ainda autor de outras obras sobre impostos e sobre servidores públicos. Já próximo ao fim da vida, tomou parte na comissão de inquérito da Casa de Correção. Faleceu em 1921, no Rio de Janeiro.
A Coleção Galvão foi adquirida por compra ao filho do titular, Miguel Ricardo Galvão, entre os anos 1905 e 1909. O conjunto original tinha pouco mais de 32.000 documentos, boa parte dos quais sobre administração jurídica e fazendária. Divide-se entre as Seções de Periódicos, Obras Gerais e Manuscritos e tem poucos itens digitalizados. Dentre estes, selecionamos um mapa das distâncias dos portos e barras da costa da província do Rio Grande do Norte, 1845, que pode ser acessado pelo link da BN Digital:
https://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss1635884/mss1635884.pdf
(Ana Lúcia Merege – Seção de Manuscritos)