Os momentos festivos evidenciavam a importância que a ideia do constitucionalismo teve na cultura política do Pernambuco Oitocentista. Tal princípio liberal esteve no centro de várias reorganizações institucionais ocorridas no mundo Atlântico e teve destaque na linguagem festiva.
Especial Bicentenário da Independência
Um “engano”, “crença em uma ilusão”. Foi dessa forma que sacristão arrependido, o português João Caetano de Faria Vieira, justificou seus posicionamentos políticos no passado próximo e que agora lhe cobrava explicações. Foram exigidas explicações sobre sua conduta política, em razão de novo cenário que se instalava na dinâmica política e ia sedimentando o caminho pela autonomia, emanado do centro-sul, liderado pelo príncipe regente, d. Pedro, apoiado por poderosos grupos (alta nobreza, burocracia, comerciantes e traficantes de escravos) da corte no Rio de Janeiro e do seu entorno.
A visão tradicional convencionada de um rompimento singular e pacífico com Portugal, protagonizado por d. Pedro I e seu brado retumbante de independência ou morte, vem sendo desconstruída pela historiografia contemporânea. O estudo das várias independências do Brasil lança luz sobre diferentes agentes históricos, com projetos e interesses cambiantes, que atuaram nas mais diversas regiões e temporalidades.
Se no início de sua carreira acadêmica dedicou-se ao Direito Canônico, à Filosofia, às línguas grega e hebraica, Silva Lisboa se destaca perante o regente pelos seus conhecimentos adquiridos através da leitura dos escritos de Adam Smith. Torna-se um pensador econômico, aos poucos, como bom representante do Iluminismo, vai agregando novos interesses nas áreas da História, Sociologia, Religião, Educação e Política.
O processo de independência do Brasil teve desenvolvimentos diversos em cada província do território. Se houve regiões onde a adesão ao governo de d. Pedro foi mais tranquila e imediata, houve províncias onde as disputas chegaram a se tornar guerras longas e sangrentas, como o caso baiano.
Após a Independência do Brasil e no curso das guerras que lhe foram contemporâneas, a consolidação do novo Estado exigiu uma organização dos códigos legais e estruturas governamentais.