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Ofício de Antônio Rodrigues da Costa sobre a situação dos índios botocudos
Fundo: Diversos – SDH – Caixas
Código do fundo: 2H
Notação: BR_RJANRIO_2H_0_0_00134
Data do documento: 8 de fevereiro de 1824
Local: S.l.
Folha(s): 1
Veja aqui o documento na íntegra
A seção Desafio Paleográfico apresenta uma seleção de documentos do acervo do Arquivo Nacional a partir dos quais seja possível apresentar noções de paleografia e diplomática. Trata-se de uma seção interativa: em uma semana é postado o documento, duas semanas depois, a transcrição.
Transcrição
Recebi a respeitável carta de ofício que vossa senhoria me dirigiu e certo no seu conteúdo, respondo a vossa senhoria com a sinceridade que exige a matéria de que me encarrego. Em dia 26 de janeiro do ano de 1822, vindo eu da capital para esta divisão e transitando por essa vila vi pela primeira, e ultima vez ao coronel Bento Lourenço e passado muito tempo depois de ter chegado aqui ouvi dizer que ele coronel era diretor dos índios desta divisão, e ao mesmo tempo ouvi ao capitão-mor das aldeias Inocêncio [Gonçalves] de Abreu queixar-se amargamente do dito coronel dizendo que ele não só não promovia coisa alguma para adiantamento das aldeações dos ditos índios como ainda era a causa de nada se poder fazer para reter em si tudo quanto recebeu na Corte do Rio de Janeiro para o estabelecimento das aldeias bem como a botica de remédios e ferramentas e mais utensílios que sua majestade foi servido entregar-lhe para o sobredito fim e que disto mesmo se ia queixar a sua majestade o Imperador e isto mesmo ouvi a outras muitas pessoas de probidade e sou testemunha ocular da falta que padecem os botocudos de ferramentas para o trabalho da sua lavoura, e tenho presenciado que o reverendo vigário missionário da colônia a sua custa é que tem comprado ferro e aço para lhes fazer ferramentas, [aldeado] feito casas e plantações tudo com os seus escravos além de um grande pari que igualmente lhes mandou fazer no Ribeiro de São Miguel aonde os [terá] [aldeado] para que tenham mais este auxílio de muito peixe para sua melhor sustentação, sem que para tudo isto tenha adjutório algum mais que aqueles auxílios que lhe tem prestado por determinação que tenho do ilustríssimo inspetor e diretor geral o tenente coronel Guido Thomas Marlieri, que muito recomenda nas suas instruções que se auxilie, e promova tudo quanto for a bem da civilização dos índios botocudos; O que respeita aos ornamentos e mais [misteres] pertencente a Igreja ouvi ao mesmo reverendo missionário que tudo se achava em poder do dito vigário e a ele mesmo vigário ouvi que todos estes objetos lhe havia entregue o dito coronel, queixando-se [primeiro] de que o mencionado coronel lhe retivera outros utensílios que sua majestade foi servido liberalizar-lhe para seus cômodos e estabelecimentos o que consta de uma lista separada que tem consigo para o seu ressalvo.
He quanto informar posso a vossa senhoria [...]