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Barão de Loreto (QF)
Franklin Américo de Meneses Doria, advogado, político, poeta nasceu na fazenda Loreto, na ilha dos Frades, em Itaparica, na Bahia em 12 de julho de 1836, filho de José Inácio de Meneses Doria e Águeda Clementina de Meneses Doria. Bacharel em Direito pela Faculdade do Recife em 1859, Meneses Doria foi promotor da cidade de Cachoeira, delegado, juiz, e ainda chefe da Polícia da Bahia. Entre 1863 e 1864 foi deputado pela província da Bahia.
Ainda em 1864 foi nomeado presidente da província do Piauí, cargo que ocupou até 1866, quando assumiu a presidência da província do Maranhão (até 1867). Foi ainda presidente da província de Pernambuco, entre 1880 e 1881. Entre 1872 e 1885 foi deputado pelo Piauí, e durante esse período promoveu, entre outras causas, uma campanha pela instrução pública no Império e uma campanha pelas eleições diretas. Em 1881 foi ministro da Guerra no gabinete Saraiva (fundou a biblioteca do Exército) e ainda foi ministro do Império no último gabinete da Monarquia, do Visconde de Ouro Preto em 1889. Quando do golpe republicano, devido à sua proximidade e de sua mulher aos Imperadores, seguiu a família imperial no exílio. Retornou ao Brasil em 1890, deixando a carreira política, dedicando-se à advocacia e à literatura – era professor dessa disciplina no colégio Pedro II, desde o período imperial até o republicano.
Foi casado com Maria Amanda Lustosa Paranaguá (1849-1931), que passou a se chamar Maria Amanda Paranaguá Doria, baronesa de Loreto. Também nascida na Bahia, era de família rica e tradicional, filha de João Lustosa da Cunha Paranaguá (marquês de Paranaguá) e irmã de José Lustosa da Cunha Paranaguá, conde de Paranaguá, que foi presidente do Amazonas (1882-1884) e de Santa Catarina (1884-1885). Maria Amanda, ou Amandinha, como era conhecida, foi dama e conselheira da Imperatriz d. Teresa Cristina, e amiga íntima da princesa Isabel.
A obra literária poética de Meneses Doria se resume ao volume Enlevos, publicado em 1859. Publicou ainda um estudo sobre a obra de Luís José Junqueira Freire (em 1869); traduziu Evangeline, de Henry Wandsworth Longfellow. Publicou também seus discursos políticos na Câmara, seu discurso sobre a Instrução do Império (1877), sobre Questões Judiciais (1881) e um Discurso e Poesia em homenagem a Camões.
Tornou-se barão de Loreto em 1888; foi conselheiro do Império, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, fundador da cadeira 25 da Academia Brasileira de Letras (cujo patrono era seu amigo Junqueira Freire), membro do Instituto dos Advogados Brasileiros, Comendador da Ordem da Rosa. Morreu no Rio de Janeiro em 28 de outubro de 1906.
O fundo Barão de Loreto, composto de 50 cartas, representa parte da correspondência passiva de Meneses Doria. Os assuntos das cartas recebidas variam desde ordem particular a instrução pública na província do Amazonas, entre outros. Há cartas de Temístocles Aranha, do conselheiro Dantas, do conselheiro Saraiva e várias cartas do cunhado, José Lustosa da Cunha Paranaguá, a quem chamava de Zezinho, sobre diversos assuntos relativos a seu período como presidente da província do Amazonas.