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método de anóxia
Setor de preservação realiza desinfestação de acervo do período colonial
Está em curso um tratamento especializado de desinfestação no acervo sob a guarda do Arquivo Nacional. Por meio de método de anóxia, a Coordenação de Preservação do Acervo está buscando eliminar os agentes biológicos causadores da insfestação na massa documental que compõe a seção "Códices", do fundo Casa dos Contos, com registros majoritariamente do Brasil Colonial.
A escolha da metodologia para o tratamento do lote documental levou em consideração o método mais seguro para a integridade físico-química dos materiais a serem tratados, o know-how para tratamento de grandes volumes e a segurança para o meio ambiente de forma sustentável.
Atualmente, o método de anóxia é considerado a técnica mais segura para erradicação de pragas em bens de valor histórico-artístico-cultural, pois não altera nenhuma das propriedades físico-químicas originais da documentação tratada, sem riscos para o meio ambiente ou o usuário.
Uma câmara especial é confeccionada por barreiras impermeáveis ao oxigênio, e os lotes são acomodados no seu interior. Após selado hermeticamente, dá-se início ao processo de expurgo do oxigênio presente no interior da câmara e também presente dentro dos materiais (livros, documentos, etc).
Paulatinamente, o oxigênio é removido do interior da câmara, e a atmosfera interna modifica-se, tornando-se anóxia, ou seja, sem oxigênio. Neste processo, altera-se o ar normal, originalmente com cerca de 209 mil partes por milhão (ppm) de oxigênio, para uma atmosfera modificada, extremamente pobre em oxigênio, com apenas cerca de 3 mil ppm.
O resultado é a privação de oxigênio para os insetos eventualmente presentes nos lotes, que, por consequência, morrem por asfixia, mesmo que estejam em ovos, que perdem a capacidade de eclosão.
O ambiente anóxio é preservado, deste modo, por 28 dias a partir do momento em que se atingem, pelo menos, 3 mil ppm, e com a umidade relativa do ar em cerca de 55%.
Terminado o período de confinamento, o lote passa a ficar disponível para a próxima etapa, que poderá ser: uso, guarda, higienização, exposição, restauro, ou acesso ao usuário do acervo.
A Casa dos Contos
O fundo Casa dos Contos reúne documentos produzidos e acumulados pela Provedoria da Real Fazenda da Capitania de Minas Gerais, da Junta da Real Fazenda da Capitania de Minas Gerais e da Tesouraria da Fazenda da Província de Minas Gerais. Sua denominação prende-se ao fato de o estatuto que regulou o controle fiscal do Reino de Portugal ser conhecido, entre 1650 e 1761, como Regimento dos Contos. Nesse último ano, o Conde de Oeiras, depois Marquês de Pombal, procedeu a uma reorganização fiscal e à criação do Erário Régio , permanecendo, porém, a denominação "contos" para designar o fisco real.
No Brasil, o nome "Casa dos Contos" foi popularmente consagrado à residência de um antigo arrematante dos contratos de entradas e dízimos, que foi adjudicada, por dívidas, à Real Fazenda em 1803-1804, e que passou a sediar a Junta da Real Fazenda, órgão sucessor da Provedoria e sucedido pela Tesouraria. Parte da documentação foi recolhida ao AN em 1912, 1922 e 1923, e parte foi doada pela Associação Cultural do AN (Acan), em 1988.
Mais informações sobre esse acervo podem ser obtidas no Sistema de Informações do AN (Sian) . Basta buscar pelo nome na pesquisa livre, ou inserir o código BR RJANRIO 0M no campo "Fundo".
Foto e colaboração técnica: Equipe de preservação do acervo não-digital / Copac
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