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Série Presidentes da República - Café Filho
Advogado, nascido na cidade de Natal, estado do Rio Grande do Norte, em 3 de fevereiro de 1899. Foi fundador do Jornal do Norte (1921), editor de O Correio de Bezerros na cidade pernambucana de Bezerros (1923), e diretor do jornal A Noite (1925), tendo escrito neste último, artigos nos quais pedia a soldados, cabos, sargentos e jovens oficiais que se recusassem a combater a chamada "Coluna Prestes", o que resultou na sua condenação a 3 meses de prisão. Fugiu então para a Bahia em 1927, sob o nome de Senílson Pessoa Cavalcanti, mas acabou retornando a Natal, onde se entregou. Em 1923, candidatou-se a vereador em Natal, mas fracassou. Ingressou na Aliança Liberal e foi um dos fundadores, em 1933, do Partido Social Nacionalista do Rio Grande do Norte (PSN). Elegeu-se deputado federal (1935-1937) e destacou-se pela defesa das liberdades constitucionais. Ameaçado de prisão, asilou-se na Argentina, retornando ao Brasil em 1938. Fundou, com Ademar de Barros, o Partido Republicano Progressista (PRP), pelo qual se elegeu deputado federal (1946-1950). Eleito vice-presidente por uma coligação de partidos que se fundiram sob a sigla do Partido Social Progressista (PSP), assumiu a presidência da República com o suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954. Foi nomeado ministro do Tribunal de Contas do Estado da Guanabara (1961-1970). Faleceu no Rio de Janeiro em 20 de fevereiro de 1970.
Período presidencial
Café Filho assumiu o governo da República imediatamente após a morte de Getúlio Vargas. Em seu novo gabinete, teve como ministro da Fazenda Eugênio Gudin, defensor de uma política econômica mais ortodoxa, que buscou estabilizar a economia e combater a inflação. O ministro adotou como principais medidas a contenção do crédito e o corte das despesas públicas, procurando, assim, reduzir o déficit público, causa, em sua avaliação, do processo inflacionário. Durante o governo Café Filho, instituiu-se o imposto único sobre a energia elétrica, gerando o Fundo Federal de Eletrificação, e o imposto na fonte sobre a renda do trabalho assalariado. Destacaram-se, ainda, em sua administração a criação da Comissão de Localização da Nova Capital Federal, a inauguração, em janeiro de 1955, da usina hidrelétrica de Paulo Afonso e o incentivo à entrada de capitais estrangeiros no país, que repercutiria no processo de industrialização que se seguiu.
Afastou-se temporariamente da presidência em 3 de novembro de 1955, em virtude de um distúrbio cardiovascular, e em 8 de novembro foi substituído por Carlos Luz, presidente da Câmara. Restabelecido, tentou reassumir os poderes presidenciais, mas seu impedimento foi aprovado pelo Congresso Nacional em 22 de novembro de 1955 e confirmado pelo Supremo Tribunal Federal em dezembro.
Saiba mais sobre os presidentes da República acessando o site "Centro de Informações de Acervos dos Presidentes da República - CIAPR", do Arquivo Nacional. O CIAPR é um sistema único de informação capaz de fornecer ao cidadão, de maneira uniforme e sistemática a possibilidade de localizar e ter acesso aos acervos documentais dos presidentes da República, de natureza arquivística, bibliográfica e museológica, produzidos e acumulados antes, durante e depois do mandato presidencial, estejam guardados em instituições públicas, entidades privadas ou mesmo em mão de particulares ou do próprio titular. Estão disponíveis ao usuário neste site, informações dos acervos sob a guarda de 19 detentores pessoas jurídicas e 13 detentores pessoas físicas distribuídos pelos estados do Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e no Distrito Federal.
As biografias e os períodos presidenciais foram originalmente publicados no livro Os presidentes e a República: http://www.gov.br/arquivonacional/pt-br/media/Presidentes-jan-2010.pdf