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Série: Biografias - Período Colonial: Dom Afonso IV
O grupo de pesquisa Memória da Administração Pública Brasileira (MAPA) foi criado em 1981 como parte de um processo de modernização do Arquivo Nacional, com o objetivo de atender às áreas técnicas no processo de identificação e organização dos conjuntos documentais sob a guarda da instituição. Em 2002, as atividades do MAPA sofreram uma adequação metodológica da pesquisa realizada pela sua equipe. Com a sua transformação em um programa de pesquisa permanente, integrado à Coordenação-Geral de Gestão de Documentos (COGED), seu foco está atualmente voltado para as necessidades da gestão de documentos na administração pública federal, contribuindo para o estabelecimento de padrões de eficiência e qualidade.
Entre outras atividades, o trabalho do MAPA busca suprir a crescente demanda de estudos sobre a história do Estado nacional brasileira e a evolução de suas políticas públicas. Para isso, o grupo tem disponibilizado seu trabalho por diferentes meios de divulgação, como publicações impressas e virtuais e o Dicionário da Administração Pública On-Line , lançado no segundo semestre de 2011 junto com a página do MAPA na internet.
O portal do Arquivo Nacional inicia hoje uma série de publicações que visam contribuir para a difusão deste material. A série Biografias será publicada toda quarta-feira, seguindo a ordem de textos presente no site do MAPA. Primeiramente será retratado o Período Colonial e, na sequência, os períodos Joanino, Imperial e Primeira República. O biografado de estreia é o rei Afonso Dinis, intitulado Dom Afonso IV.
D. Afonso IV nasceu em Lisboa, Portugal, em 8 de fevereiro de 1291. Filho de D. Dinis e de Dona Isabel de Aragão, foi o sétimo rei de Portugal, tendo recebido a alcunha de o Bravo. Em 1309 casou-se com Dona Beatriz de Castela, filha de Dom Sancho IV e Dona Maria Molina, reis de Castela. Deste matrimônio nasceram Dona Maria (1313), D. Afonso (1315), D. Dinis (1317), Pedro (1320), Isabel (1324), João (1326) e Leonor (1328). D. Afonso nutriu grande rivalidade com seu irmão bastardo, Afonso Sanches, que era o preferido de D. Dinis e foi por este legitimado.
D. Afonso e seu pai se envolveram em uma guerra civil com o apoio de parte da nobreza (1319-1324). Celebraram a paz em 1324, em Santarém, garantindo a sucessão do trono e o afastamento de D. Afonso Sanches. Com a morte de D. Dinis, em 7 de janeiro de 1325, foi aclamado rei como D. Afonso IV. Convocou os três Estados para as Cortes de Évora (1326) para sua aclamação, o que faria novamente outras vezes: Santarém (1331, 1334, 1340), Coimbra (1335) e Lisboa (1352).
No trono executou o irmão ilegítimo D. João Afonso e exilou o irmão Afonso Sanches em Castela, além de confiscar seus títulos e propriedades, o que deu início a tentativas de invasão de Portugal. Assinou tratado de paz com seu irmão e restituiu seus bens patrimoniais (1326). Entrou em guerra com Castela, governada por seu genro, Afonso XI (1336), até a assinatura de um tratado de paz, em Sevilha (1340). Lutou ao lado de Castela contra os mouros, na batalha de Salado (1340), onde venceu.
Seu reinado durou 32 anos e se caracterizou pelo fortalecimento do poder central, pela reforma da administração da Justiça do Reino e por tornar Portugal uma potência marítima, tendo financiado as primeiras viagens de exploração atlântica. Entrou em guerra com seu filho, D. Pedro I, por ter autorizado a execução de Inês de Castro (1355), dama castelhana de origem nobre, com quem o futuro rei mantinha um relacionamento amoroso e teve quatro filhos. Ainda em 1355, após alguns meses, assinou um tratado de paz com o filho. Morreu em Lisboa, em 1357.
Acompanhe a série Biografias para saber mais sobre importantes personagens da história luso-brasileira e acesse aqui o site Memória da Administração Pública Brasileira, que serve de fonte para os textos da série. O próximo biografado é André Vidal de Negreiros, que foi governador de Pernambuco e Angola no século XVII.