Notícias
No Nordeste, Diretora-geral do AN abre 8ª SNA e articula parcerias com instituições públicas, privadas e comunitárias
Secretaria de Cultura da Bahia
A diretora-geral do AN, Ana Flávia Magalhães Pinto, deu início à 8ª Semana Nacional de Arquivos (SNA) na cidade de Salvador. Além de abrir as atividades oficiais na mesa on-line “Arquivos Nacionais da Associação Latino-Americana de Arquivos”, ela participou de intensa agenda nos dias 3 e 4 de junho na capital baiana, em diálogo com representantes do poder público e da sociedade civil, com vistas ao fortalecimento da Política Nacional de Arquivos. A programação desta edição da SNA já conta com centenas de eventos inscritos que acontecerão até o fim deste mês em todas as regiões do país.
“Priorizar os compromissos dos primeiros dias da Semana Nacional de Arquivos no estado da Bahia, no Nordeste, foi uma decisão pautada na necessidade de o Arquivo Nacional se afirmar como instituição cada vez mais acessível ao povo brasileiro. Em vez de nos fixar nas unidades do Rio de Janeiro ou de Brasília, optamos por nos movimentar e ampliar parcerias com foco no fortalecimento da Política Nacional de Arquivos, considerando a diversidade existente entre arquivos públicos, privados e comunitários”, afirmou Ana Flávia.
Diálogos com gestores públicos, dirigentes de arquivos e usuários
Na segunda, dia 3, a diretora-geral visitou o Centro de Documentação A TARDE, do Jornal A Tarde, importante arquivo privado do estado, criado em 1978. O centro se destaca pela quantidade e a diversidade dos itens do seu acervo – coleção de edições, documentos escritos, fotografias, vídeos entre outros suportes. Além disso, oferece acesso ao público externo para consultas mediante agendamento e é fonte constante para jornalistas e projetos editoriais da instituição.
Segundo a coordenadora dos projetos em memória social do Grupo A TARDE e curadora do Cedoc A TARDE, Cleidiana Ramos, o centro tem apostado na abordagem da memória social no jornalismo de uma forma nova, por meio de projetos multimídia e de um canal hospedado no Youtube. Em outubro, o jornal completa 112 anos de existência e faz parte de um seleto grupo de veículos da imprensa brasileira que ultrapassaram a marca do centenário e seguem ativos.
“A visita da diretora-geral do Arquivo Nacional e o convite para a nossa integração à Semana Nacional de Arquivos nos deu a certeza de que estamos inaugurando uma nova fase no campo do jornalismo baiano como um espaço de ser, mas também compartilhar memórias. Temos certeza de que essa ação abre novas potencialidades para os nossos desafios como um acervo de mídia", afirmou.
Em seguida, Ana Flávia participou da abertura da SNA, na mesa virtual que reuniu dirigentes de arquivos latino-americanos. Fechando o dia, foi uma das debatedoras no lançamento do filme “O corpo da terra”, dirigido por Day Rodrigues, que utilizou acervos da comunidade do Ilê Axé Iyá Nassô Oká, o Terreiro da Casa Branca. A atividade também integra a programação da 8ª SNA.
Na terça-feira, em agenda construída com o gabinete do governador Jerônimo Rodrigues, a diretora-geral iniciou o dia em reunião com o Secretário de Cultura, Bruno Monteiro, o Diretor-Geral da Secult, Thiago Reis, o Diretor-Geral da Fundação Pedro Calmon, Vladimir Pinheiro, e o Diretor do Arquivo Público do Estado da Bahia, Jorge Vieira.De acordo com Bruno Monteiro, a parceria com o Arquivo Nacional se soma ao esforço do estado de alinhamento das políticas locais de preservação da memória com a Política Nacional de Arquivos.
“As nossas políticas de preservação da memória precisam ser algo que tenha relação com as políticas desenvolvidas pelo governo federal, pois com isso conseguiremos, de fato, estruturar um sistema de acesso às informações que possibilite cada vez mais a população conhecer a sua história”, afirmou.
Na sequência, Ana Flávia visitou o Acervo da Laje, arquivo comunitário que tem se destacado como espaço de memória artística, cultural e de pesquisa
no subúrbio ferroviário de Salvador. Ela foi recebida pela dupla de fundadores Vilma Santos e José Eduardo Ferreira Santos, pela museóloga Renata Cardoso da Silva e pela arquivista Adriana Pacheco (on-line). Eles apresentaram as dependências e os trabalhos têm sido desenvolvidos nos múltiplos espaços do equipamento.“A visita foi muito importante, pois mostra um diálogo cada vez maior e capilar do Arquivo Nacional com os arquivos comunitários, que estão na base, principalmente nas periferias do Brasil. Isso mostra que o Arquivo está dialogando cada vez mais com a diversidade de arquivos”, afirmou José Eduardo. “Ficamos felizes pois sabemos que haverá novas possibilidades de diálogo, encontros e de construção coletiva, para que outros arquivos localizados nas periferias do Brasil possam se tornar mais conhecidos, acessíveis e integrados numa rede cada vez maior”, completou.
Por fim, a série de compromissos foi finalizada numa reunião com o , Felipe Freitas, e a Superintendente de Apoio e Defesa dos Direitos Humanos, Tricia Calmon, a fim de ampliar a rede de apoiadores das políticas públicas de fortalecimento dos arquivos e direito à memória.
Novamente, o Jorge Vieira, diretor do Apeb, esteve presente. Para o diretor da principal instituição arquivística do estado, a presença da diretora do AN destaca o compromisso da gestão com a valorização e o fortalecimento das instituições locais, promovendo a descentralização e a inclusão de diferentes regiões na agenda nacional.
“É um marco significativo para a nossa instituição e para a região Nordeste. Essa visita simboliza um passo importante para aproximar o Arquivo Nacional das realidades regionais, promovendo um diálogo mais direto e produtivo com as diferentes comunidades arquivísticas do país. Estamos entusiasmados com as possibilidades de cooperação e desenvolvimento que surgem a partir dessa presença e esperamos continuar fortalecendo esses laços no futuro”, afirmou o diretor da Apeb.
Sergipe
Também na segunda-feira (3), o coordenador de Articulação Institucional do AN, Fábio Sousa, participou da abertura da SNA no Arquivo Municipal de São Cristóvão (SE). Ele parabenizou o Arquivo pelo trabalho de referência que desenvolve, em especial na área de educação e letramento patrimonial documental, destacou a importância da mobilização gerada pela Semana Nacional de Arquivos, em defesa do papel dessas instituições para a sociedade brasileira.
“É mais uma oportunidade em que os arquivos públicos se aproximam da sociedade, quando eles abrem as suas portas nesse diálogo com todas as pessoas, para dar voz às histórias, à memória de um povo, da identidade marcada e presente dentro dos arquivos públicos”, disse Fábio.