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8 DE MARÇO
Mês das Mulheres: IGUALDADE
A busca por igualdade de direitos e oportunidades entre os gêneros marca o 8 de março, instituído como Dia Internacional das Mulheres. Nos acervos sob a guarda do Arquivo Nacional, há registros das trajetórias de algumas mulheres que se destacaram em áreas tipicamente reservadas aos homens. Dentre elas, está Ada Rogato, uma brasileira com conquistas até hoje impressionantes na aviação.
Nascida em São Paulo no dia 22 de dezembro de 1910, Ada era filha dos imigrantes italianos Maria Rosa e Guglielmo Rogato. Desde a infância, sonhava em aprender a voar. Em 1935, obteve o primeiro brevê feminino de voo à vela. No ano seguinte, conquistou a primeira licença concedida a uma mulher para pilotar avião no Brasil, conferida pelo Aeroclube de São Paulo.
Foi a primeira mulher a receber a Ordem do Mérito Aeronáutico e a primeira civil, entre pilotas e pilotos, a receber as “Asas da Força Aérea Brasileira”, mais alta distinção da FAB. Integrou um grupo de pilotos civis que cumpriram missões de patrulhamento no litoral paulista durante a Segunda Guerra Mundial.
Em 1951, consagrou-se a única aviadora do mundo, até então, a percorrer sozinha a extensa quilometragem de 51.064 km por todos os países e possessões das três Américas (exceto a Bolívia), cruzando a linha do Círculo Polar Ártico em Fort Yukon, no Alasca, e voltando via Caribe. Bateu recorde ao se tornar a primeira a pousar e decolar com avião de pequena potência, um Cessna de 90 Hp, no aeroporto então mais alto do mundo – o de El Alto, em La Paz, em 1952.
Foi a primeira aviadora a sobrevoar toda a selva amazônica num monomotor, sem rádio e sozinha, em 1956. Antes disso, já havia sido pioneira entre as brasileiras a atravessar os Andes, em 1950, numa distância de 11.200 km pelo Paraguai, Argentina, Chile e Uruguai, em avião ainda menos potente.
Ada foi também paraquedista e pilotava planador. Por sua coragem e feitos recordistas, recebeu prêmios e menções honrosas no Brasil e exterior. Ada Rogato entrou para a história como a “Rainha dos céus do Brasil” e foi apelidada por chilenos como “Condor do Andes”. Faleceu em 1986, aos 76 anos, mas seus feitos permanecem vivos na História da Aviação, e inspiram as novas gerações de aviadoras.
Ada Rogato, 1936. Arquivo Nacional. Fundo Correio da Manhã. BR_RJANRIO_PH_0_FOT_40425_018