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Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual: "o patrimônio é um direito humano, o direito à memória"
Na live organizada pelo Arquivo Nacional em comemoração ao Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual, a cineasta Beth Formaggini exaltou a importância das instituições de memória e do patrimônio documental como um todo, ao declarar que "o patrimônio é um direito humano, o direito à memória". A fala foi ao encontro do que disse a também cineasta Eunice Gutman, que, na ocasião, explicou: “Para ilustrar um documentário, a gente precisa de um acervo de fotos, depoimentos de outras pessoas. No fundo é um trabalho de pesquisa histórica (...). A gente tem que fazer o que é uma longa batalha, a preservação de nossos arquivos”.
Beth e Eunice, em suas participações, destacaram a função dos arquivos e suas fontes em relação à construção de novos documentários, assim como a importância da preservação desses registros para novas produções. Assista à live na íntegra.
O evento teve como tema "Registros audiovisuais e defesa de direitos" e, além das duas realizadoras, contou com Athayde Motta, diretor do Instituto Brasileiro de Análises Econômicas e Sociais (Ibase); Marcus Vinicius Alves, da equipe de processamento técnico de documentos audiovisuais, sonoros e musicais do AN. A mediação foi feita por Aluf Elias, coordenadora-geral de processamento técnico e preservação do acervo do AN.
Athayde corroborou com a defesa da conservação da memória institucional, e falou sobre o papel do material audiovisual na garantia de direitos. De acordo com o diretor, o Ibase foi pioneiro ao investir recursos dos seus projetos para esse fim. O instituto teve parte do seu acervo de documentos audiovisuais, iconográficos e sonoros doada para o AN em 2011. “A gente entende a importância de esses acervos estarem em instituições públicas ou de interesse público, sendo cuidadas por profissionais de preservação de memória e sendo colocadas na disposição ideal (...). Doar esse acervo é compartilhar com a sociedade e com aqueles setores que estão preparados para fazer isso da melhor maneira, para tornar esse acervo permanente ou perene”, finalizou.
Em sua apresentação, Marcus Alves fez um panorama sobre o acervo do Ibase, especificamente no que diz respeito ao trabalho que desenvolve no AN: os programas de rádio do instituto. O servidor relatou como esses documentos chegaram à instituição e como estão sendo tratados, e mostrou o acervo disponível no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (Sian) . Foram executados trechos de áudios de programas selecionados, comprovando a relevância do processamento técnico realizado por equipes especializadas, que retorna para a sociedade o conteúdo desse material.
Após a mesa de debate, foram exibidos o filmete "Recortes do acervo do Instituto Brasileiro de Análises Econômicas e Sociais (Ibase) sob guarda do Arquivo Nacional" e as produções “Nos caminhos do lixo – As catadoras de Jacutinga" (2009), de Eunice Gutman; e “Uma família ilustre” (2015), de Beth Formaggini.