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Histórias da emoção que os arquivos podem despertar
Assim como revirar antigos álbuns de família numa faxina de fim de semana, trabalhar em um arquivo também pode despertar emoções inesperadas nos profissionais que se dedicam a preservar e difundir a memória do País. Histórias das vidas de figuras notórias e anônimas podem se tornar descobertas de grande valor afetivo para aqueles que as revelam.
Pouco tempo após ser admitido como servidor no Arquivo Nacional (AN), Diego Barbosa passou a trabalhar no setor que organiza e descreve arquivos do Poder Judiciário. Uma vez, enquanto processava certidões, reconheceu os nomes numa habilitação de casamento: Juscelino Kubitschek de Oliveira e Sarah Luísa Gomes de Sousa Lemos.
“Para mim, que era novo no Arquivo, foi surpreendente encontrar documentos de JK e d. Sarah em meio a outros, de pessoas comuns”, conta o servidor, que agora atua na difusão do acervo em mídias sociais. “Mas entendi que esse era um dos princípios do nosso trabalho, que é não fazer esse tipo de diferenciação, especialmente quando se trata de documentos probatórios”.
Certa vez, quando trabalhava diretamente com a documentação custodiada no AN, o servidor Christiano Cantarino, do setor de acesso e difusão do acervo, dedilhava despretensiosamente umas fichas consulares e se deparou com o registro de entrada no Brasil do trompetista norte-americano Louis Armstrong, na memorável viagem que o artista fez ao País em 1957. Na ocasião, Pixinguinha encontrou-se com o músico – nas palavras de Christiano, “um momento épico na história da música, em que o deus do jazz se encontrou com o deus do choro”.
“Eu, que amo esses gêneros, fiquei tocado”, explica ele.
Ficha consular de Louis Armstrong
A música, aliás, costuma render gratas surpresas aos técnicos que lidam com o patrimônio arquivístico tratado no AN. Quando trabalhava com o registro de entrada de acervo, Díbulo Maranhão Jr. achou inusitada uma referência a partituras musicais numa correspondência oficial da instituição, e decidiu “rastrear” os documentos, com a ajuda de técnicos do setor de processamento e preservação do acervo. Acabou localizando documentos que, acredita-se, foram doados junto com o fundo da Rádio Mayrink Veiga, dentre eles uma partitura original do Hino à Bandeira do Brasil, aquele mesmo que aprendeu na infância.
Atualmente supervisionando a Sala de Consultas da sede no Rio, Díbulo sinaliza, entretanto, que os consulentes costumam ser os que mais se emocionam com as descobertas que fazem, com o apoio da área. “Pesquisadores acadêmicos, às vezes, até fazem dedicatórias aos técnicos da Sala em suas teses e dissertações”, aponta.
Registro civil é um dos fundos mais buscados por cidadãos
Emoção é algo com que Helba de Oliveira convive desde que foi trabalhar com o atendimento ao público. “Algumas pessoas nos procuram para ter acesso a direitos fundamentais, como o registro de nascimento”, informa a servidora. Helba diz que já aconteceu de a equipe se unir, numa verdadeira força-tarefa, para encontrar a certidão de nascimento de uma senhora que, por ter perdido o documento numa enchente, temia perder o emprego que acabara de conseguir. O auxílio era necessário porque a senhora não sabia ler.
Após cinco meses de trabalho, o documento foi localizado, e a equipe entrou em contato com a empregadora, que havia demitido a senhora pela falta de documentos. “Ela foi chamada de volta, e ficou muito grata”, conclui a servidora, também visivelmente emocionada.
Helba de Oliveira, técnica do AN e o pesquisador inglês Jake Richards
ASCOM- Assessoria de Comunicação Social
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Para consultar o acervo do Arquivo Nacional, acesse:
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