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Gabrielle Abreu é a nova diretora de Processamento Técnico, Preservação e Acesso ao Acervo do AN
A historiadora Gabrielle Abreu foi empossada nesta sexta-feira (1/3) como diretora de Processamento Técnico, Preservação e Acesso ao Acervo do Arquivo Nacional. Mestra em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Gabrielle tem se dedicado à história da ditadura militar brasileira e seus desdobramentos no presente. Nos últimos dois anos, atuou como Coordenadora da área de Memória, Verdade e Justiça do Instituto Vladimir Herzog.
“A ditadura é um período-chave na compreensão do Brasil dos dias atuais, mas que tem sido deliberadamente deixado de lado. Essa é uma agenda prioritária para mim e pretendo fortalecê-la no órgão, principalmente a partir do Memórias Reveladas, que prevê a ampliação do acesso à documentação relativa ao período, num claro compromisso com o direito à memória, à verdade, à justiça e à reparação”, destaca a nova diretora.
Gabrielle também foi pesquisadora no Instituto de Estudos da Religião (Iser) e na Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp). Neste último, onde permaneceu por cinco anos, atuou na área de Acervo, no desenvolvimento de políticas voltadas à preservação dos materiais audiovisuais da TV Escola, canal público do Ministério da Educação, gerenciada pela Roquette Pinto.
“Sou uma historiadora pouco convencional. Atuei com gestão de acervos por muitos anos, onde realizei atividades de preservação e difusão de arquivos audiovisuais, em especial. Mais recentemente, solidifiquei uma atuação na sociedade civil organizada, trabalhando a partir da defesa da democracia e dos direitos humanos”, comenta.
Reaproximação - A chegada ao Arquivo é vista como uma reaproximação, pois o órgão teve um papel muito marcante em sua formação, sendo parte do seu cotidiano de estudos. Ao longo de sua trajetória, desenvolveu pesquisas voltadas para a reconstituição de trajetórias de indivíduos e coletivos negros alijados das narrativas da historiografia clássica, especialmente no âmbito da ditadura militar.Segundo Gabrielle, a possibilidade de atuar na gestão do AN representa também uma conexão ainda mais ampla com seu ofício, além de uma oportunidade singular de elaborar e executar políticas de acesso à memória e à informação. “Poucos lugares no Brasil e no mundo possuem a capacidade que o Arquivo Nacional desfruta para tanto”, observa Gabrielle.