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Arquivo em Cartaz
Festival celebra o Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual
A celebração do Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual marcou a abertura da oitava edição do Arquivo em Cartaz - Festival Internacional de Cinema de Arquivo , uma iniciativa do Arquivo Nacional que, neste ano, conta com a parceria do Museu do Índio.
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A data comemorativa foi proposta pela Unesco, em 2005, para despertar a atenção para a identificação, preservação, tratamento e acesso das imagens em movimento, e para os riscos a que os acervos audiovisuais estão sujeitos. Segundo Marcelo Siqueira, arquivista do Arquivo Nacional e professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), a partir dessa declaração, começaram a ser realizados eventos nesse sentido em diversos países, tendo o AN realizado o primeiro em 2008.
Assista ao vídeo sobre o acervo audiovisual sob a guarda do Arquivo Nacional
Dentre as iniciativas para salvaguardar e valorizar o patrimônio audiovisual, Siqueira destaca os registros do Programa Memória do Mundo ( Memory of the World - MoW ) da Unesco , que, no Brasil, já foram concedidos a acervos custodiados do AN, como os cinejornais e filmetes institucionais produzidos pela Agência Nacional, órgão responsável pela comunicação pública federal durante um período que compreende os governos militares (1964-1985). Para o pesquisador, há um paralelo entre a propaganda governamental realizada nessa época, por meio dos filmetes da Agência Nacional, com imagens de outros períodos da história do Brasil. Assista aqui à cerimônia de abertura do Arquivo em Cartaz, em comemoração ao Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual, no canal do AN no YouTube .
O evento de abertura contou com outros técnicos do AN que atuam na área de processamento técnico e preservação de documentos audiovisuais. Eduardo Toledo, servidor em exercício na equipe de conservação de filmes da instituição e membro da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual, aprofundou o papel da participação humana na produção e preservação dos registros audiovisuais, na prespectiva de sociedades mais inclusivas, justas e pacíficas, fazendo uma reflexão sobre o trabalho não apenas de forma técnica, e sim como uma relação mais humanista.
Marcus Vinícius Alves começou a trabalhar com acervo audiovisual no AN há exatos 40 anos, quando participou da criação da seção de filmes da instituição. Alvez fez uma apresentação sobre o fundo Cesar Nunes, doado ao AN em 1989 e que está chegando à fase final de seu tratamento técnico. Como foi recebido sem listagem ou nenhum outro tipo de processamento prévio, esse acervo precisou passar por todas as etapas do tratamento, desde a identificação e a conservação até o acesso e, posteriormente, a digitalização para acesso e difusão. Segundo o servidor, trata-se
de filmes que se inserem na história do cinejornalismo do mundo, retratando uma época em que se apresentavam notícias nas salas de cinema, antes da exibição das grandes produções.
Com experiência no serviço de referêcia voltado para os usuários do acervo do AN, a historiadora Mariana Lambert falou sobre a perspectiva do acesso aos documentos audiovisuais, considerando-se que essa é a etapa final dos processos desenvolvidos na instituição. Para ela, os documentos audiovisuais têm especificidades para se conseguir acessá-los, pois precisam, muitas vezes, de determinados equipamentos ou de uma formatação (como a digitalização) para que seu acesso seja pleno. Isto é, torna-se necessária uma política contínua de digitalização para que esses acervos possam atender aos múltiplos usos pretendidos pelos consulentes. Assista aqui à segunda parte do evento em comemoração ao Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual, no canal do AN no YouTube .