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Evento "Memórias Abertas" destaca preservação da memória da ditadura no Brasil
A sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, recebeu o evento Memórias Abertas: Pesquisa, Ensino e Difusão, um dos destaques da Semana Memórias Abertas. A iniciativa, realizada no último dia 26, reuniu especialistas para debater o papel da pesquisa e dos arquivos na preservação da memória da ditadura militar no Brasil.
Na mesa de abertura, a diretora-geral do Arquivo Nacional, Monica Lima, destacou a importância do evento como uma celebração do compromisso da instituição com a memória da resistência. "Nosso objetivo é viabilizar e ampliar o acesso a esses registros, garantindo que essas histórias sejam contadas, conhecidas e compartilhadas em toda a sua verdade. Para isso, oferecemos a força dos documentos", afirmou. A abertura também contou com a presença de Marcelo Nogueira de Siqueira, do Arquivo Nacional, e Gabrielle Abreu, do Instituto Marielle Franco.
Marcelo Nogueira enfatizou o direito à memória, à verdade e à informação, ressaltando o compromisso do Arquivo Nacional com a difusão dessa história. “Ao celebrarmos o Memórias Reveladas, reafirmamos a necessidade de preservar e compartilhar esse legado, permitindo que as futuras gerações aprendam com o passado para construir um futuro mais justo e democrático”, afirmou.
Gabrielle Abreu destacou a importância da reestruturação da Divisão Centro de Referência Memórias Reveladas, iniciativa que sofreu um processo de desmonte nos últimos anos. "É essencial reconhecer a centralidade desse projeto, que possibilitou o recolhimento e a difusão de milhões de documentos da ditadura militar e serviu de base para os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, ampliando o debate sobre o regime", afirmou.
Após a mesa de abertura, Leo Alves, neto do jornalista Mario Alves e representante do Coletivo Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça, recebeu a homenagem à Família Paiva e teve acesso às pastas digitais com a documentação do caso de seu avô, disponível no Arquivo Nacional.
Na sequência, ocorreu a cerimônia de premiação do Prêmio de Pesquisa Memórias Reveladas 2024, que reconheceu os melhores trabalhos acadêmicos e pedagógicos sobre a ditadura militar. Após a solenidade, Luciana Lombardo, chefe da Divisão Memórias Reveladas, abriu a mesa com os três primeiros colocados do prêmio, ressaltando a importância da iniciativa para a difusão da memória histórica. Os premiados – Felipe Magaldi (Unifesp), Fernanda Lima (Unicamp) e Vitor Hugo Brandalise (Rádio Novelo) – foram reconhecidos, respectivamente, nas categorias artigo acadêmico, projeto pedagógico e material de comunicação, e tiveram a oportunidade de apresentar seus trabalhos.
Revista Acervo
A programação se encerrou com um debate sobre os impactos do regime militar no Brasil, mediado pelas editoras do dossiê O impacto do golpe e da ditadura no Brasil: 1964-2024, Lucia Grinberg (Unirio) e Samantha Quadrat (UFF). Também participaram as pesquisadoras Carolina de Campos Melo (PUC-Rio), Andrea Schettini (PUC-Rio) e Maria Guiomar Frota (UFMG), autoras de artigos da edição especial da revista Acervo.

