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Documentos sonoros
Discos fazem parte do acervo do AN
Quem se lembra da época em que usávamos toca discos, agulhas e nos preocupávamos em ter todo o cuidado para que os discos não fossem arranhados ou quebrados? Muita gente não sabe, mas o acervo do Arquivo Nacional (AN) também é composto por discos. No AN temos 10.499 discos, sendo, aproximadamente, 80% de goma-laca e o restante de acetato, nitrato e vinil. Esse acervo fica sob a responsabilidade da Equipe de Documentos Sonoros, criada desde 1958. Ao todo, a instituição possui 15 mil documentos sonoros, sendo 80% em discos e 20% em material magnético.
Clenílson Melo de Miranda e Thiago Vieira
Na década de 1970, o então Diretor-Geral Raul do Rego Lima solicitou às gravadoras que fossem enviadas cópias de algumas partituras e discos ao Arquivo Nacional, como acontecia com a Biblioteca Nacional. O objetivo era que a instituição tivesse um espaço de preservação desse material sonoro e musical que era produzido até então. Na década de 1980, o AN mudou sua política de recebimento dos acervos sonoros e deixou de receber esse tipo de material. Segundo Thiago Vieira, Supervisor da Equipe de Documentos Sonoros “hoje temos um acervo de 2.050 partituras musicais e 1.595 discos, que chamamos de discoteca AN. Muitos deles estão em vinil e, por se tratar de um acervo muito comercial, não fazia parte da linha de patrimônio da área. Quando assumi a supervisão, identificamos esse fundo, fizemos um levantamento histórico e decidimos mantê-lo, seguindo a política de recebimento de acervos de Raul do Rego Lima”.
O acervo de discos do AN é composto por 4.952 discos da Rádio Mayrink Veiga, com músicas populares (a maior parte), músicas eruditas e também jingles; 2.779 discos que compreende o período da época de ouro do rádio, doados por Humberto Franceschi, renomado pesquisador de músicas; 1.595 discos da Discoteca Arquivo Nacional, 687 discos da Rádio MEC; 508 discos da Agência Nacional; 238 discos do Serviço Social da Indústria – SESI, do programa Sesinho no Rádio; 68 discos da Casa Edison, primeira gravadora brasileira; 9 discos da Comissão Executiva da Comemoração do Sesquicentenário da Independência; 2 discos da Divisão de Segurança e Informações do Min. Da Justiça; 13 discos da Rádio Jornal do Brasil; 43 discos de Maria Beatriz do Nascimento, entre outros.
De acordo com Thiago Vieira, Supervisor da Equipe de Documentos Sonoros, o acervo mais raro e curioso é o da Casa Edison, onde a maior parte dos seus 68 discos pertence à Società Italiana Di Fonotipia, de Milão, primeira gravadora no mundo exclusivamente voltada para música erudita. Alguns desses discos possuem uma característica interessante e rara, que é a assinatura dos autores cravadas no próprio suporte, valorizando e conferindo atestado de qualidade à obra. Outra raridade deste acervo é um único disco com o selo da Jurity, Fábrica Popular que funcionou durante os anos de 1920 e 1921, fundada por Chiquinha Gonzaga e seu companheiro, João Baptista, ex-funcionário da Casa Edison.
Discos com assinatura dos autores cravadas no próprio suporte
No final de 2015, devido a sua especificidade e raridade, o acervo da Casa Edison passou a ser o primeiro projeto captado para a reformatação de discos do AN, feito juntamente com o especialista em preservação sonora, Marco Dreer. Todo o material foi tratado, digitalizado e está disponível no SIAN.
O acervo de discos do Arquivo Nacional está todo higienizado e acondicionado, fruto de um projeto do BNDES. O objetivo da higienização é melhorar a qualidade da captação, tirando toda a sujidade que está no suco, deixando o disco limpo para que a agulha possa captar o som com melhor qualidade possível.
Clenílson Melo de Miranda, técnico responsável pela ilha de áudio do AN, explica que a goma-laca é uma resina animal, secretada de um inseto chamado “Kerria Lacca”, encontrado na Índia e Tailândia e que, apesar dos discos de goma-laca receberem esse nome, a resina não era o produto predominante nesses suportes. “Os discos recebiam em torno de 30% de goma-laca e o restante era preenchido com outros materiais. Cada indústria criava sua fórmula para a produção dos discos, mas todas usavam a goma-laca, por isso o suporte acabou recebendo esse nome. A grande diferença entre eles é que as ranhuras da goma-laca são três vezes maiores do que as do vinil e, consequentemente, sua capacidade é bem menor. Enquanto os discos de goma-laca armazenavam no máximo duas músicas, os de vinil tinham entre dez e doze músicas. Outra grande diferença é na qualidade. Apesar de brilhantes e bonitos, por causa da cera, e de serem mais espessos, pesados e darem a impressão de maior resistência, os discos de goma-laca são mais frágeis e seu manuseio é bem complexo. Quebram com muito mais facilidade”, declara.
Para consultar o acervo do Arquivo Nacional, acesse o Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) .
Por: ASCOM - Assessoria de Comunicação Social
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