Notícias
Conheça a história do prédio do AN
A construção que abriga a sede do Arquivo Nacional – um dos maiores e mais belos exemplares do estilo neoclássico na cidade – tem origem em 1853, quando o ministro da Fazenda, Honório Hermeto Carneiro Leão, o Visconde de Paraná, apresentou um plano e o orçamento para a sua realização. A obra foi iniciada em 1858, sob o comando do engenheiro Teodoro Antônio de Oliveira, um dos empreiteiros responsáveis pela sua fase inicial e a quem muitos atribuem o plano do edifício.
A autoria do projeto é um mistério que cerca este prédio, gerando inúmeras especulações, como uma possível troca de plantas entre a Casa da Moeda do Brasil e o Palácio de La Moneda do Chile. "Hoje se sabe que esta hipótese é infundada, uma vez que as obras do palácio chileno foram concluídas em 1805 e seu autor, o arquiteto italiano Joaquim Toesca y Ricci, faleceu muito antes de sua conclusão, em 1779. Mas, se o mistério da troca de plantas está solucionado, a dúvida quanto à autoria do prédio permanece lançando um desafio aos pesquisadores", afirma Maria do Carmo Rainho, historiadora da Coordenação de Pesquisae Difusão do Acervo do Arquivo Nacional.
Embora tenha abrigado a 2ª Exposição Nacional da Indústria, em 1866, o conjunto só ficou em condições de receber a Casa da Moeda a partir de 1868, após a conclusão das obras que, previstas para um período de três anos e meio, chegaram a durar dez anos. Os jardins frontais e do pátio central são da época da construção do prédio e têm autoria atribuída a Auguste Glaziou, nome ligado a projetos paisagísticos como as reformas do Passeio Público, da Quinta da Boa Vista e do Campo de Santana.
O esplendor dos detalhes no interior e na fachada do edifício principal; escadarias e colunas em granito, pisos e paredes revestidos em mármore, vitrais coloridos do hall de entrada e salão nobre com teto recoberto por pintura de Décio Vilares revelam a suntuosidade deste conjunto arquitetônico, um dos primeiros prédios tombados pelo IPHAN, em 24 de maio de 1938.
Apesar de ter ocupado o conjunto em 1984, apenas em 2001 o Arquivo Nacional conseguiu aporte financeiro para dar início às obras de restauração, concluídas em novembro de 2002. As obras e serviços de adequação dos espaços internos foram concluídos em julho de 2004 e em novembro daquele ano teve a início a ocupação definitiva dos prédios.
O projeto de restauração, de autoria do arquiteto Alfredo Britto, foi premiado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil em 2002. Foram valorizados detalhes originais e introduzidos novos elementos construtivos identificáveis, que convivem harmonicamente com a construção.
A área total do terreno é de 18.200 metros quadrados, onde estão implantados oito prédios de características e épocas diferentes, que foram sendo gradualmente edificados para atender às exigências de expansão da Casa da Moeda, perfazendo um total de 31.520 metros quadrados de área construída.
Imagens:
Prédio do Arquivo Nacional, quando ainda era a sede da Casa da Moeda do Brasil, s.d.
Pátio interno do prédio que viria abrigar o Arquivo Nacional, 1868.
Detalhes do interior do prédio.
Fachada do prédio, vista do Campo de Santana.
Vista aérea do conjunto arquitetônico.
-
Ascom
22/maio/2017