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Confira como foi o primeiro dia do evento “Uma agenda para fotografia”
Na quinta e na sexta-feira (17 e 18/8), o Arquivo Nacional sedia o evento anual “Uma agenda para a fotografia”, promovido pelo Grupo de Trabalho de Cultura Visual, Imagem e História da Associação Nacional de História (Anpuh-RJ). O encontro reúne debates interdisciplinares sobre fotografia, e conta com apoio de especialistas de universidades e instituições públicas e privadas de todo o país.
Compondo a mesa de abertura do evento na quinta-feira, a diretora-geral do Arquivo Nacional, a historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto, deu início à atividade parabenizando a longevidade do GT, que completou 20 anos. Ana Flávia agradeceu aos envolvidos pela realização do evento e destacou a importância dos debates acerca da história da cultura visual. “É uma ferramenta importante para que a gente confronte regimes hegemônicos de subdimensionamento, apagamento e esquecimento de sujeitos que, por terem a sua existência visual negada em matrizes de política de memória, têm tido dificuldade para serem compreendidos como sujeitos legítimos da história”, comentou.
A diretora-geral ressaltou também o expressivo acervo iconográfico da instituição, com mais de 2 milhões de itens, e acrescentou que o fortalecimento das ações de preservação documental garante e amplia as possibilidades de difusão e acesso ativo à informação. “Nesta operação, a imagem se afirma como suporte das memórias”, completou.
Na sequência, a coordenadora do GT de Cultura Visual da Anpuh-Nacional, Iara Schiavinatto, relembrou a trajetória ao longo das duas décadas de existência do grupo. Schiavinatto reafirmou, ainda, o compromisso de encontrar modos mais efetivos de construir uma sociedade mais inclusiva, calcada em direitos e voltada à igualdade.
“O conhecimento científico-cultural em suas diversidades é uma necessidade de reinvenção de modos democráticos de convivência, que enfrentam historicamente os elementos estruturantes das questões étnico-raciais, os entraves autoritários politicamente representados nos seus usos e reúsos dos passados”, completou a coordenadora.
Finalizando a primeira mesa do dia, a presidente da Comissão Organizadora e do GT, Ana Maria Mauad, agradeceu também aos colegas do grupo que vieram de várias regiões do país ao seminário, garantindo, desta forma, a diversidade das abordagens e a descentralização dos debates, valorizando os diferentes olhares sobre a relação entre história e cultura visual.
“Buscamos, na organização das sessões, contemplar as questões centrais que mobilizam reflexões em torno da imagem, com destaque a problemática étnico-racial que atravessam nossos questionamentos em torno dos passados possíveis”, afirmou.
O evento contou, no primeiro dia, com três mesas de debates: “Imagens e os desafios de uma história antirracista”, com a participação dos historiadores Paulo Knauss (UFF), Francisco Santiago (UFRN) e Elson Rabelo (Univasf), Renata Bittencourt (IMS) e Marcus Vinícius de Oliveira. No período da tarde, foi a vez da mesa "Imagem, meio e corpo", com a participação de Carlos Eduardo Pinto de Pinto (UFRJ), Mariana Muaze (Unirio) e Aldrin Figueiredo (UFPA).
O segundo dia de evento, nesta sexta, conta com as mesas de debate sobre "Trajetórias do GT de Cultura visual da Anpuh - 20 anos" e "Tudo o que você sempre quis saber sobre imagem e cultura visual, mas não tinha coragem de perguntar...", e será encerrado com o lançamento do Dossiê Revista Acervo sobre Marc Ferrez, e do livro "O Rio e a República: a cidade nas imagens da Agência Nacional"
Confira o evento na íntegra aqui.
Fotos: Julio Kummer