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Conferência internacional inaugura a 7ª Semana Nacional de Arquivos
A Semana Nacional de Arquivos (SNA) deu início a sua sétima edição na sexta-feira (2 de junho), com a conferência #ArquivosUnidos (#ArchivosUnidos). O evento contou com a participação da presidenta da Associação Latino-americana de Arquivos (ALA), Emma de Ramón, e celebrou os 50 anos de fundação da instituição, segmento regional do Conselho Internacional de Arquivos (ICA). Também participaram do debate a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, a diretora-geral do Arquivo Nacional (AN), Ana Flávia Magalhães Pinto, e o diretor da Escola de Arquivologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Flávio Leal.
Esther Dweck falou sobre o trabalho conjunto do AN com outras unidades do MGI, no sentido de fortalecer o órgão e, consequentemente, toda a área arquivística brasileira. “É um momento de renovação e de reafirmação de princípios do AN para torná-lo, cada vez mais, um lugar estratégico para desnaturalizar as desigualdades do nosso país”, afirmou. A ministra relatou que o MGI decidiu iniciar, no AN, as ações de seu programa pró-integridade, reconhecendo a necessidade de se promover um ambiente saudável para que possa ser cumprido o papel da instituição na garantia do acesso à informação e do direito à memória. Em referência à temática da 7ª SNA, “Arquivos: territórios de vidas", Esther ressaltou que a missão do AN inclui, também, guardar e prover acesso aos registros de vidas de diferentes épocas. “Cada registro é um fragmento da nossa história coletiva, uma fonte de aprendizado, uma oportunidade para conhecermos o passado e podermos construir um futuro melhor”, ponderou a ministra de Estado.
Em sua fala de abertura, a diretora-geral Ana Flávia Magalhães reforçou as conquistas para o AN a partir do reposicionamento da instituição na estrutura administrativo do Estado, agora no MGI. Ela enalteceu o trabalho dos organizadores das atividades da Semana Nacional de Arquivos no AN, e sua importância para o atingimento do recorde de 525 eventos cadastrados nesta edição. Outra marca inédita alcançada em 2023 foi a de 91 municípios partícipes da ação. Instituições de localidades das cinco regiões do país prepararam atividades virtuais e presenciais coordenadas pelo AN, o que ajuda a assegurar, segundo Ana Flavia, a democratização do conhecimento e do direito à memória em âmbito nacional.
Emma de Ramón falou sobre o cinquentenário da ALA, criada em 1973 em Lima, no Peru. A presidenta contou como a participação dos paises do grupo passou a ter mais influência ao longo dos anos, como quando foram criadas as hashtags #UnArchivoEs e #ArchivosUnidos, ambas iniciativas de comunicação da associação que foram adotadas globalmente pelo CIA. A presidenta também mencionou as publicações realizadas pelos arquivistas latino-americanos como outro referencial da importante contribuição do segmento, destacando o lançamento da publicação sobre legislação arquivistica iberoamericana. Todas essas ações, segunda Emma, são formas de afirmar a relevância da arquivística fora da Europa. "Não somos somente países-colônia, somos um universo que tem suas próprias ideias, suas próprias maneiras de ver e fazer as coisas", pontuou.
O professor Flávio Leal analisou que a temática escolhida para 7ª SNA, ao proporcionar um deslocamento do olhar técnico do que era o arquivo para "territórios de vidas", traz uma proposta humanística de valorização das vidas, independentemente de crenças, orientações sexuais, cores de pele e profissões. Para ele, tal opção evidencia as humanidades a partir dos arquivos. "Via de regra, a tecnicidade nos tira a capacidade de enxergar pessoas por trás dos documentos", lembrou o diretor da Escola de Arquivologia da Unirio.
Assista à conferência de abertura #ArquivosUnidos na íntegra, no canal do AN no YouTube.