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Cartas de Pedro Ernesto são entregues para guarda no Arquivo Nacional
Um valioso acervo que retrata uma época marcante da História do país foi entregue para custódia do Arquivo Nacional. Cartas de autoria de Pedro Ernesto Baptista, primeiro prefeito eleito do Rio de Janeiro (1931-36), foram doadas à instituição pela neta do político, Maria Helena Mossé.
As cartas são endereçadas ao filho Odilon Baptista, durante o período em que Pedro Ernesto se encontrava preso devido a acusações de participação em levante comunista contra o governo do presidente Getúlio Vargas. Na ocasião, Odilon estava exilado na Europa, o que contribuiu para que as cartas tivessem um caráter descritivo do que se passava no Brasil e no mundo à época. “Além das questões políticas, as cartas tratam do cotidiano da cidade [do Rio de Janeiro]”, aponta Thiago Mourelle, supervisor da equipe de pesquisa do AN e autor dos livros "O Brasil a caminho do Estado Novo: as cartas de Pedro Ernesto e a trama política que antecede o golpe (1936-37)" e "O trabalhismo de Pedro Ernesto".
O termo de entrega da documentação foi assinado pela coordenadora-geral de processamento técnico e preservação do acervo do AN, Aluf Elias, e pela supervisora de documentos privados, Beatriz Monteiro. Na oportunidade, a coordenadora reconheceu o desprendimento da neta de Pedro Ernesto ao se desfazer de algo que conta, também, a história de sua família, ao que Maria Helena respondeu que se tratava de um ato de desapego em prol da consulta a esses documentos por parte da sociedade.
As cartas de Pedro Ernesto integrarão o acervo de documentos privados da instituição e, após a confirmação da doação, passarão por procedimentos de arranjo, descrição e preservação. Em seguida, os documentos terão seu conteúdo disponibilizado para consulta no Sistema de Informações do AN (Sian) .