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Autoridades alemãs pesquisam no Arquivo Nacional
O Arquivo Nacional recebeu nesta segunda-feira, 29 de outubro, três comissários do Escritório Central de Administração Judiciária Nacional em Ludwigsburg, Alemanha, que fazem pesquisas em Arquivos Nacionais da América Sul, como os da Argentina, Bolívia, Chile, Peru e Uruguai em busca de nazistas.
Os pesquisadores foram recebidos pela equipe do gabinete da Direção-Geral, além de servidores da Coordenação-Geral de Processamento Técnico e Preservação do Acervo e da Coordenação-Geral de Acesso e Difusão do Acervo que irão auxiliar em seu trabalho.
O objetivo da pesquisa, a ser realizada nas próximas duas semanas, é procurar em documentos relativos à imigração que constam do acervo do Arquivo Nacional pistas para encontrar nazistas que escaparam para a América Latina. O principal fundo a ser consultado é o Serviço de Polícia Marítima, Aérea e de Fronteiras (SPMAF) dos estados de São Paulo, Santos e Santa Catarina. Caso estejam vivos e com menos de 100 anos — idade máxima para prender alguém, segundo a legislação alemã, — eles podem ser processados, já que a Alemanha não anistiou seus criminosos de guerra.
Desde 2009, o Escritório Central de Investigação dos Crimes Nazistas já fez várias visitas ao Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, à procura de registros de alemães nascidos entre 1916 e 1931. Quem se encaixa no perfil tem os dados enviados à sede na Alemanha, que verifica se a pessoa esteve a serviço do Terceiro Reich. O objetivo principal é encontrar pessoas que fossem bem jovens na época – cuja probabilidade de estarem vivas é maior – e que exercessem funções de baixo escalão, como guardiões de campos e contadores ou fossem membros da Juventude de Hitler.
Entre os prontuários analisados anteriormente pela equipe foi encontrado um registro de oficial que participou de uma unidade de extermínio na Ucrânia, mas que já estava morto na época da pesquisa. Ele fugiu para o Brasil, onde formou família e morreu de velhice.
O mais famoso caso de oficial nazista que se escondeu em terras brasileiras foi o de Josef Mengele, conhecido como "Anjo da Morte". Ele foi o médico em Auschwitz (rede de campos de concentração e extermínio localizados no sul da Polônia) encarregado da triagem de prisioneiros, que eram enviados para trabalho forçado ou câmara de gás. Morreu aos 67 anos, em 1979, afogado em Bertioga (litoral de São Paulo) sem nunca ter sido julgado.
Pesquise você também no Arquivo Nacional. As consultas podem ser feitas através do Sistema de Informações do Arquivo Nacional – SIAN, clicando aqui , através do atendimento presencial no Rio de Janeiro e em Brasília, de segunda-feira à sexta-feira entre 7h30 e 19h30 ou pelo atendimento a distância disponível aqui .