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Inteligência artificial para classificar documentos abre ciclo de palestras no AN
Na quarta (10 de julho), no Rio de Janeiro, ocorreu a primeira palestra do ciclo "Inovações em arquivos", de iniciativa da Direção-Geral do AN. O evento, intitulado “Inteligência artificial no serviço público para a classificação de documentos”, abordou diversos produtos e projetos do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).
Para conferir a palestra, acesse o
Facebook do Arquivo Nacional
.
Henrique de Andrade, líder da Coordenação de Análise, Diagnóstico e Geoprocessamento do MPRJ, apresentou o projeto que registra a atuação do órgão por região ou município do estado, com dados sobre número de processos acompanhados, número de servidores, número de promotores, orçamento, população assistida, além de dados sobre a realidade social de cada região, como endereços de escolas, reservas ambientais, locais de violência ou áreas ocupadas pelo crime organizado. Essa ferramenta, chamada
MPRJ em mapas
, foi importante, segundo ele, para que os promotores estaduais pudessem ter uma atuação mais proativa como fiscais de políticas públicas, a partir de cruzamento de diversas informações desse banco de dados.
Dando sequência à mesa, Rhenan Bartels mostrou como ocorre o pré-processamento da informação em um software livre desenvolvido por eles para a classificação de processos judiciais do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, disponíveis em dados abertos na Internet. Também discorreu sobre como é feita a análise de “clusters” da atuação de cada promotoria do MPRJ, possibilitando a melhor visualização e acompanhamento do trabalho de cada uma delas.
Já Felipe Ferreira descreveu de forma detalhada como, após a coleta e o pré-processamento, é feita a classificação desses documentos, por meio da inteligência artificial, em um programa desenvolvido em Python. Analisando dados a partir de um grande volume de processos judiciais classificados, o MPRJ conseguiu identificar diversos problemas, como a cobrança ilegal e reiterada de uma empresa de distribuição de energia elétrica do Rio de Janeiro a seus clientes, melhorando, assim, seu desempenho junto à sociedade.
Por fim, Bernardo Cordeiro explicou como o MPRJ classifica, por meio da inteligência artificial, os relatos de desaparecimento de pessoas cadastrados no Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos do Rio de Janeiro. Tal classificação visa justamente identificar a possível razão do desaparecimento, para auxiliar o investigador na busca e localização da pessoa desaparecida de forma mais rápida.
De acordo com a Diretora-Geral do AN, Neide De Sordi, tais iniciativas do MPRJ no campo da inteligência artificial servem de inspiração para os arquivos, pois ajudam a pensar novas soluções, tanto para a classificação de documentos quanto para a descrição arquivística na fase permanente, tendo em vista a produção cada vez maior de documentos pela sociedade e pelo Estado.
No encerramento do evento, Henrique de Andrade enfatizou que a inteligência artificial é algo imprescindível para um órgão público no século XXI. Para ele, “diversas técnicas de inteligência artificial ajudam a melhorar a eficiência do serviço público para entregar um melhor serviço para o cidadão”.
A próxima palestra do ciclo “Inovações em Arquivos” já tem data marcada. Será em 24 de julho, e tratará o tema “Desenvolvimento de Inteligência coletiva no Serviço Público”, com Cristiano Ferri, da Câmara dos Deputados.
Palestrantes da Coordenação de Análise, Diagnóstico e Geoprocessamento do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.
Servidores e visitantes assistem a fala de Rhenan Bartels no Auditório do Arquivo Nacional.