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Arquivo Nacional participa do Fórum de Arquivistas Nacionais (FAN), realizado pelo ICA
Na manhã desta terça-feira, 10/12, Ana Flávia Magalhães, diretora-geral do Arquivo Nacional (AN), participou da quarta e última sessão do Colóquio Virtual Trimestral sobre Assuntos Arquivísticos do Fórum de Arquivistas Nacionais (FAN) de 2024, do Conselho Internacional de Arquivos (ICA). O evento teve como tema “Promovendo um futuro sustentável: o papel dos arquivos e instituições de patrimônio cultural”.
A fala de Ana Flávia, intitulada "Arquivos para um futuro digno: desafios enfrentados por indivíduos e grupos para a superação das desigualdades no Brasil", girou em torno da pergunta: Como podemos atuar em prol do reposicionamento dos arquivos na agenda de desenvolvimento humano, em sintonia com os valores expressos nos objetivos de desenvolvimento sustentável? A partir daí, relacionou a experiência dos arquivos ao conjunto geral do Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, incluindo os ODS 18, que no caso do Brasil remete ao compromisso com a promoção da equidade étnico-racial.
Ela argumentou que "a construção de um futuro sustentável deve ter, como fundamento inegociável, o princípio de que, para ser sustentável, a sociedade do futuro precisa ser viável para todas as formas de vida", numa referência à engenheira florestal e ativista mineira Ângela Gomes. Em sua avaliação, não se trata de atuar na oposição entre a espécie humana versus as outras formas de vida e elementos da natureza. É preciso aprender a potencializar a vida na coexistência respeitosa entre os muitos e os diferentes, na construção permanente do equilíbrio".
Ana Flávia relacionou a forma como os arquivos e as matrizes de memória são estruturados e atualizados nas sociedades por meio de escolhas de prioridades individuais e coletivas que se refletem nas políticas públicas. Nesse sentido, os arquivos se tornam instituições estratégicas na reprodução ou na superação das desigualdades.
A diretora-geral do Arquivo Nacional também mencionou os esforços do Estado brasileiro para ampliar a capacidade de incidência do Conselho Internacional de Arquivos e integrar à política nacional de arquivos as iniciativas de preservação da memória de grupos historicamente negligenciados, como povos indígenas, comunidades tradicionais, populações negras, grupos LGBTQIA+, movimentos sociais e mulheres, protagonizadas por esses próprios grupos sociais.
Ana Flávia destacou o trabalho desenvolvido por meio do acordo de cooperação internacional com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), para desenvolver e incorporar metodologias e inovações no campo do conhecimento sobre a redução das desigualdades. Ela explicou que o Arquivo Nacional, dentro da estrutura do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, foi posto a atuar com outras secretarias dedicadas à transformação digital e ao fortalecimento da capacidade do Estado brasileiro para a construção de uma sociedade mais justa.
A participação do AN no Colóquio Virtual do FAN/ICA reforça a necessidade do engajamento dos arquivos na agenda do meio ambiente e sustentabilidade num cenário de crise e mudanças climáticas, e fortalece o papel do Arquivo Nacional do Brasil nesse processo.