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Arquivo Nacional participa de CPLP, em Luanda
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), por meio da Direção-Geral do Arquivo Nacional e da Dataprev, participam da Conferência Internacional sobre Arquivos Históricos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Luanda, nos dias 18 e 19. A organização do encontro é do Arquivo Nacional de Angola, sob a liderança de Constança de Ceita, em parceria com equipes do Ministério da Cultura.
Representando o AN, a diretora-geral Ana Flávia Magalhães Pinto, compôs na manhã de quarta-feira a mesa “Cooperação entre os Arquivos: Rede de Arquivos Nacionais da CPLP e o seu enquadramento Institucional”, na qual falou sobre "Arquivos, Direitos Humanos e Reparação: caminhos para a cooperação internacional".
Ana Flávia partiu de reflexões do pensador e político angolano Agostinho Neto e dos debates recentes sobre reparação ao colonialismo e ao racismo, para destacar as conexões existentes entre a iniciativa da CPLP e outras que têm sido desenvolvidas entre o Brasil, os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Palop) e outros países da Diáspora Africana e do Sul Global.
“Trata-se de um tema sensível, mas incontornável sobretudo para nós que lidamos diretamente com a garantia do direito à memória e o acesso à informação. Especificamente, a agenda dos arquivos oferece caminhos interessantes para lidarmos com esses desafios sem resvalarmos para antagonismos infrutíferos ou silenciamentos perigosos”, argumentou.
Ana também destacou a importância de a gestão de documentos ser trabalhada no âmbito dessa rede, atentando-se para os imperativos da transformação digital, sem que isso signifique o desvio de demandas caras à promoção da cidadania e dos direitos humanos, em perspectiva internacional e transnacional. A superação da exclusão digital, em sua avaliação, deve ser vista como meta que explicita os entraves característicos do mundo analógico, que ainda marcam a realidade da maioria dos países envolvidos.
Nesse cenário, o reconhecimento de grupos minorizados e a relação dos arquivos públicos com os arquivos comunitários ganham destaque, abrindo oportunidades para a promoção de letramento histórico, arquivístico e patrimonial documental. Como exemplo, a Diretora-Geral citou o caso da Colômbia, em que os arquivos estão sendo afirmados como instrumentos para a superação de traumas coletivos e a promoção da paz.
O MGI também participará do segundo dia da Conferência, com a oficina "Digitalização de Documentos - uma Dimensão Estratégica da Governança de Arquivos no Século XXI", que será ministrada pela Diretora-Geral Adjunta do Arquivo Nacional Gecilda Esteves e Alan Santos, Diretor de Relacionamento e Negócio da Dataprev.