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Arquivo Nacional moderniza sistema anti-incêndio para proteger patrimônio histórico
O Arquivo Nacional está passando por obras de prevenção e combate a incêndios em sua sede. As mudanças são voltadas para a preservação do conjunto arquitetônico tombado e dos demais prédios que compõem o complexo localizado no Rio de Janeiro, e para a proteção do acervo sob a guarda da instituição, além, é claro, das pessoas que circulam por ela.
São medidas emergenciais de modernização do sistema existente e instalação de novos equipamentos. As obras concentram-se no bloco onde está acondicionada a maior parte do acervo que o AN mantém sob custódia na sede, o que inclui documentos em papel, fitas magnéticas, películas cinematográficas e outros suportes considerados inflamáveis. No mesmo edifício, além de salas de trabalho e atendimento ao público, está localizada a sala-cofre que mantém os servidores gerenciados pelo setor de Tecnologia da Informação. Com capacidade de armazenamento, já adquirida, de 2,8 petabytes , o storage do AN é destinado aos documentos originais digitais enviados pelos órgãos federais, e às cópias digitais produzidas para facilitar o acesso a documentos originais em outros suportes, que ficam, assim, preservados.
O projeto inclui a instalação de hidrantes de recalque, que conduzem a água da rede externa para dentro do complexo; sinalização de emergência; sistema de proteção de descargas atmosféricas estrutural; sistema de detecção e alarme de incêndio; rede de sprinklers ; e uma escada de emergência externa ao edifício de oito andares, cuja fundação alcançará 36,82m de profundidade. A escada de emergência que já existe no interior do prédio, por sua vez, será isolada, em cada andar, por antessalas fechadas por portas corta-fogo, dotadas de barras antipânico.
A atual casa de máquinas do sistema anti-incêndio será completamente modernizada, e uma nova será construída, enquanto a iluminação de emergência será totalmente substituída.
Módulos da escada de incêndio externa
A reforma visa cumprir as exigências do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, e está sendo custeada com recursos do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, ao qual o AN é subordinado.
Hidrantes instalados na cobertura.
Segundo Mariana de Almeida, líder da Equipe de Engenharia do AN, as restrições sanitárias de contenção da pandemia da covid-19, de alguma forma, contribuíram para a execução das obras. “Com muitos dos funcionários em trabalho remoto, o acesso às áreas administrativas e depósitos foi facilitado, assim como a disponibilização de parte do estacionamento para os contêineres das obras”, explicou.
A administradora também explicou que o projeto começou a ser elaborado em 2015, quando já existia a necessidade de se aprimorar a segurança. A contratação e o início dos trabalhos, entretanto, somente foram possíveis com a liberação dos recursos do FDD/MJSP, no fim de 2019. Entre maio e novembro de 2020, 1,5 milhões de reais foram executados, dos 7,8 milhões previstos para a conclusão das obras, que devem se estender até o final de 2021.
A sede da instituição
O Arquivo Nacional, que completou 183 anos de criação em 2 de janeiro, mudou-se para o conjunto de prédios localizado à Praça da República, n.º 173, em 1985, quando a Casa da Moeda do Brasil foi transferida para o bairro de Santa Cruz, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Em ampla reforma concluída em 2004, foi restaurado o conjunto de edifícios em estilo neoclássico, protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, por meio de tombamento, desde 1938. Entre eles, foi construído um espaço de eventos, com um anfiteatro a céu aberto, circundado por palmeiras imperiais