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Arquivo Nacional adere à iniciativa Brasil sem Misoginia
O Ministério das Mulheres lançou, nesta quarta-feira (25/10), a campanha Brasil sem Misoginia, que tem o objetivo de mobilizar os mais diversos setores da sociedade para o combate ao ódio, à discriminação e à violência contra a mulher.
A cerimônia de lançamento, realizada em Brasília, contou com a participação do Arquivo Nacional, por meio da sua diretora-geral, Ana Flávia Magalhães Pinto, que assinou o acordo de adesão da instituição à campanha.
Com a assinatura de mais de 100 acordos de cooperação entre Governo Federal, empresas e entidades, a iniciativa mobilizou governos locais, empresários, instituições de ensino, ONGs, torcidas organizadas, times de futebol, artistas, lideranças religiosas e sociedade civil para levar à população uma mensagem de enfrentamento ao feminicídio e à misoginia — termo que define o ódio e a repulsa contra as mulheres.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou que uma das missões é combater o feminicídio, sendo a misoginia parte propulsora de todas as formas de violência contra a mulher. Somente em 2022, 1.400 brasileiras foram mortas simplesmente por serem mulheres, conforme o Anuário da Segurança Pública. “Os feminicídios não se resumem ao ato de matar, de tirar a vida de uma mulher. Eles começam antes. Eles começam com as piadas, com as brincadeiras, com maus-tratos, com a violência psicológica e moral”, disse a ministra.
Ela destacou que os acordos são muito importantes para avançar na luta que envolve o esforço de toda a sociedade brasileir: "A iniciativa segue a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e tem como meta e objetivo construir a igualdade e acabar com o feminicídio e com a violência contra as mulheres em todo o território nacional. O Brasil sem Misoginia é um chamado para as autoridades e toda a sociedade sobre a urgência de enfrentarmos a misoginia em nosso país".
Presente à cerimônia, a primeira-dama, Janja Lula da Silva, reforçou a importância de os homens também partilharem da luta contra a misoginia e terem voz ativa ao presenciarem injustiças e violências. "Eles têm que ser parceiros nessa caminhada, nessa marcha. Nós vamos falar, nós vamos falar muito alto, mas a gente também quer que os homens estejam com a gente nessa caminhada. Eles também precisam falar sobre isso", salientou.
Violência on-line
A campanha prevê ações em diversas áreas, como a cultura, a segurança pública e os transportes. A iniciativa também desenvolverá ações junto com empresas como Google, Meta e Youtube para combater o discurso de ódio e a exposição de fotos íntimas e falsas de mulheres nas redes sociais.
Dados da organização não governamental Safernet apontam aumento de 251% das denúncias de discurso de ódio contra as mulheres na Internet em 2022, contra alta de 61% em denúncias de discurso de ódio de outras naturezas.
Outras estratégias têm como foco o combate à violência de gênero e à desigualdade salarial entre homens e mulheres, a prevenção da violência doméstica e a ampliação da presença feminina nos espaços de poder.