Notícias
Arquivo faz Escola traz o Funk ao Arquivo Nacional
Publicado em
29/08/2018 20h02
Atualizado em
29/08/2018 21h20
O Arquivo Nacional (AN) promoveu ontem, dia 28 de agosto, mais uma edição do Arquivo faz Escola, que teve como tema “Cultura jovem e tribos urbanas”. Durante o evento foi exibido o documentário “Funk Rio”, de 1994, com direção de Sérgio Goldemberg.
Na parte da manhã, alunos da Ong Ser Cidadão e da Escola Municipal Henrique Dodsworth participaram, após o documentário, de uma roda de conversa com a historiadora e antropóloga, Adriana Facina (UFRJ), e com a linguista, Adriana Carvalho Lopes (UFRRJ). Facina explicou as diversas mudanças que o funk sofreu: “o funk mudou muito; sua música, o jeito das pessoas dançarem e os lugares onde eram praticados, já que os bailes de clube praticamente terminaram. Tudo está muito diferente agora”. Já Adriana Lopes falou sobre o preconceito: “o funk sempre sofreu muito preconceito, mas se reinventou ao longo dos anos e se transformou numa cultura, numa forma de escrever o mundo com uma linguagem própria e altamente resistente”.
À tarde, o evento teve a participação da diretora geral do AN, Carolina Chaves, do coordenador geral de Acesso e Difusão do Acervo, Marcos André Rodrigues de Carvalho, da coordenadora geral de Administração, Ana Paula Teixeira Pereira, e de alunos da Escola Municipal Henrique Dodsworth, da Escola Municipal República Argentina, do Ciep Avenida dos Desfiles, e da Ong Ser Cidadão. Após o documentário, o grupo participou do debate com a historiadora e antropóloga Adriana Facina, com a antropóloga Mylene Mizrahi e com o MC Doca, músico e autor do “Rap da Felicidade”.
Para Mylena, “o funk opera muito na lógica da disputa. Ele retrata a disputa entre as mulheres, as facções, a amante e a fiel, o playboy e o favelado. Essa idéia faz com que ele seja confundido com agressão e violência, e, conseqüentemente, leva muitas pessoas a se voltarem contra o funk”. Já MC Doca falou sobra a triste história deste gênero musical: “o funk foi uma criança que nasceu em meio à guerra e a violência, se tornou um adolescente rebelde e hoje é um adulto com responsabilidade. Tornou-se um movimento cultural que ajuda a formar cidadão e gerar emprego, mas ainda sofre um preconceito muito grande”.
O Arquivo faz Escola, em suas edições mensais, é uma iniciativa da Equipe de Educação, em parceria com a Midiateca e a Coordenação de Documentos Audiovisuais e Cartográficos, com a finalidade de aproximar o Arquivo e seu acervo das escolas, professores e ONGs voltadas para a formação de jovens.
Fonte: Equipe de Educação em Arquivos