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AN participa de seminário sobre políticas culturais em diálogo com a AGU, realizado na Biblioteca Nacional
A diretora-geral do Arquivo Nacional, Ana Flávia Magalhães Pinto, e a Coordenadora Coordenadora-Geral de Articulação de Projetos e Internacionalização, Mônica Lima, participaram do seminário "Cultura, Advocacia e Políticas Públicas: as políticas culturais em diálogos com a AGU", realizado na Biblioteca Nacional nesta terça-feira (26/11). As representantes do Arquivo Nacional estiveram presentes na mesa intitulada ‘’Herança Cultural de Matriz Africana: Memória e Proteção’’, que também contou com a participação de Denilton Carvalho, Procurador-Chefe da Fundação Palmares e Thiago Erthal, Procurador-Chefe da Fundação Casa de Rui Barbosa.
O evento, promovido pela Advocacia-Geral da União (AGU), reuniu representantes de diversas instituições, como a ANCINE, Fundação Biblioteca Nacional, Fundação Cultural Palmares, FUNARTE, Fundação Casa de Rui Barbosa, IPHAN e Secretaria Municipal de Cultura.
Idealizado e promovido pela Procuradoria Regional Federal da 2ª Região, órgão integrante da Advocacia-Geral da União (AGU), o evento abordou temas relevantes das políticas públicas em matéria cultural, a partir de diálogos entre gestores das entidades, atores do setor e integrantes da Advocacia Pública Federal responsáveis pelas respectivas consultorias e defesa judicial.
Ana Flávia expôs uma reflexão sobre o papel dos arquivos na superação de matrizes de esquecimento que afetam a capacidade de reconhecimento da importância de amplos segmentos sociais da população no tempo presente. Problematizou os riscos de a tematização da herança cultural africana servir de subterfúgio para não se falar sobre e agir efetivamente em prol da superação do racismo. Em especial, chamou atenção para os significados da fixação da população negra no Brasil nas imagens da escravidão ainda na atualidade. Nesse sentido, considerando os desafios compartilhados com a AGU, concluiu sua fala salientando a necessidade de as instituições públicas se comprometerem com processos de mudança profunda, para estarem melhor preparadas para o avanço da ampliação da presença de pessoas negras em decorrência das políticas de ação afirmativa.
Cais do Valongo e sua valorização
Mônica Lima, em sua apresentação, discorreu sobre a história e a importância da memória do Cais do Valongo. Considerado Patrimônio Mundial da UNESCO, O Cais do Valongo é reconhecido como o maior porto de recepção de africanos escravizados do mundo. De acordo com a coordenadora-geral, o Valongo representa tanto uma tentativa de apagamento e silenciamento e ao mesmo tempo a luta pelo reconhecimento e o direito à história e à memória. Mônica destacou a importância da preservação da história do Cais do Valongo, afirmando que "muito da preservação dessa história se deu pela memória e pela oralidade".
Ela complementou sua fala argumentando que "os documentos não falam por si, nós temos de fazê-los evidentes. Mas se buscarmos, encontramos". Para ela, o reconhecimento e apropriação desta herança africana é fundamental para a construção do Brasil.