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AN investe em infraestrutura para proteger patrimônio histórico
No Dia do Patrimônio Histórico, o Arquivo Nacional reforça seu compromisso como guardião da memória do país, tanto por meio da preservação da documentação que custodia, como da conservação dos seus prédios tombados.
O artigo 216, inciso IV, da Constituição Federal estabelece como patrimônio cultural brasileiro “as obras, os objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais”.
Nesse sentido, a Diretora-Geral do AN Neide De Sordi aponta que o órgão tem se empenhado na implantação de seu Planejamento Estratégico Setorial (2020-2023) , que inclui ações de requalificação das suas instalações prediais, de gestão de riscos e de preservação da documentação em suportes físicos e digitais, e diversas outras medidas com o propósito de preservar o patrimônio documental brasileiro sob a sua custódia.
Dentre essas medidas, destaca-se o gerenciamento dos riscos relacionados a bens culturais. Responsável pela coordenação de preservação do acervo do AN, Tiago César é especialista no assunto. Para ele, a instituição foi pioneira ao concluir todo um ciclo de gerenciamento de riscos e municiar seus gestores para tomadas de decisões visando à preservação do patrimônio.
Em sua sede, no Rio de Janeiro, é mantida a maior parte dos documentos sob a guarda do AN. São, em geral, registros públicos das atividades de entes governamentais, que hoje possibilitam, dentre outras finalidades, a pesquisa por fontes de pesquisas acadêmicas, a emissão de certidões que garantem direitos aos cidadãos, e a busca pelo histórico familiar daqueles que desejam obter a dupla cidadania.
Para salvaguardar esses mais de 55 quilômetros de documentos textuais – sem contar os filmes, registros sonoros, livros, mapas, fotografias e outras iconografias –, a instituição tem investido na segurança de seus depósitos. Como exemplo, foi instalado um amplo sistema de monitoramento por câmeras em todo o perímetro da sede, de forma a aprimorar a proteção do acervo, dos bens e das pessoas que por lá circulam.
Também se procurou atender a todos os requisitos exigidos pelo Corpo de Bombeiros nas obras de prevenção e combate a incêndios que estão sendo realizadas com recursos do Fundo de Defesa de Direitos Difusos do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Segundo Mariana Barros, supervisora da equipe de Engenharia do AN, trabalhou-se, desde o início do projeto, para que o sistema de combate a incêndios fosse adequado às especificidades do órgão, tanto para a preservação do conjunto tombado, quanto nos depósitos, investindo em soluções que evitassem o uso de água de forma imediata para o combate de possíveis sinistros.
Cada bloco do complexo arquitetônico da sede receberá uma central de detecção de incêndio. Ela indicará o local onde foram identificados indícios de um foco, como presença de fumaça e aumento significativo de temperatura. Para proteger a documentação custodiada, o acionamento de sprinklers será controlado de forma inteligente, com análise da brigada anti-incêndio, composta por 18 agentes somente na área da sede, para oferecer apoio 24h.
O sistema de sprinklers e detectores foi expandido, alcançando todo o espaço do bloco onde estão concentrados os depósitos com documentação de guarda permanente.
A rede de combate a incêndios será abastecida por uma casa de máquinas exclusiva, com bombas hidráulicas acionadas após a detecção, caso necessário.
De forma complementar, foram instalados hidrantes, no lugar dos extintores portáteis, e um sistema de sinalização em toda a área de depósitos.
Na área externa do edifício com a maior parte do acervo, foi construída uma nova escada de emergência, que se encontra em fase finalização.
A sede da instituição também conta com outros quatro prédios, construídos entre o século XIX e o início do século XX, que já foram ocupados pela Casa da Moeda do Brasil. O tombamento dos edifícios foi declarado em 1938, e uma ampla reforma foi realizada no começo dos anos 2000, quando foram instalados sistemas de combate a incêndio em toda área compreendida como patrimônio histórico arquitetônico.
Com a autorização já concedida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a infraestrutra existente está passando por modernização, com a instalação de detectores e novos hidrantes, e a operacionalização da central de monitoramento dos depósitos e áreas de apoio técnico-administrativo que lá funcionam.