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Festival de Cinema
9ª edição do Arquivo em Cartaz encerra Cine Pátio com a exibição de "Retratos Fantasmas ", de Kléber Mendonça
Pela manhã, a oficina de conservação de filmes “Uma vi(s)agem” marcou o ano do centésimo aniversário da película em formato 16mm. Na primeira parte do encontro, aconteceu uma conversa sobre as múltiplas características das películas cinematográficas e um breve panorama sobre práticas de preservação com foco em instituições públicas brasileiras. Em seguida, os participantes tiveram uma experiência prática com rolos de filmes na mesa enroladeira e, ao final, elaboraram um laudo técnico.
Em Brasília, foram exibidos os filmes “Rio, Negro”, de Fernando Sousa e Gabriel Barbosa, na sede do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI); e "O caso do homem errado", de Camila de Moraes, na Superintendência Regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal, com a presença da diretora do longa, que conversou com o público presente.
A diretora-geral do Arquivo Nacional, Ana Flávia Magalhães Pinto, acompanhou as exibições em Brasília e agradeceu as servidoras e servidores envolvidos na organização do evento. Ela destacou a importância da preservação dos acervos para a promoção da cidadania e o enfrentamento de questões sociais, como o racismo e a lgtbfobia, retratadas nos filmes exibidos em Brasília.
“Graças à conservação de documentos, seja em acessos públicos ou privados, essas histórias não ficam esquecidas. Isso, portanto, ilumina a importância da missão institucional do Arquivo Nacional e de outros arquivos”, avalia.
O dia também contou com o tradicional Encontro de Pesquisadores, um espaço já consagrado dentro da programação do Arquivo em Cartaz, dessa vez realizado de forma on-line. O encontro é dedicado ao debate das questões próprias de quem estuda a área e reuniu especialistas do universo do som e da música para trocas de dicas, dúvidas e inquietações.
A partir das 19h, no encerramento do Cine Pátio, no Rio de Janeiro, a plateia conferiu a exibição de Retratos Fantasmas, de Kléber Mendonça (Brasil, 2023, 1h33min). O longa é um documentário ambientado no centro do Recife, durante o século XX. Reunindo imagens de arquivo, fotografias e registros em movimento, o filme busca explorar a história do centro da cidade, contada a partir das salas de cinema que movimentavam a população e ditavam comportamentos. Tendo levado sete anos para a sua conclusão, o documentário marca o retorno de Kleber ao Festival de Cannes - após vencer o Prêmio do Júri, em 2019, com Bacurau.
Tratando do desenvolvimento urbano acelerado, o filme segue o ponto de vista da janela da casa do diretor, onde morou por vários anos.
Para Uilton Oliveira, curador do Festival, o filme mostra pluralidade ao abordar nas telas a história de uma região que, em geral, não é hegemônica quando pensamos no Brasil. "A trajetória do Recife e de seus cinemas, por exemplo, não são evocadas quando pensamos no Brasil. Essa percepção ainda está muito calcada na região sudeste e sul", avalia. "Por, isso, para nós é uma alegria ver esse espaço do Cine Pátio se consolidar, receber filmes, cineastas e público em atividades que tratam de temáticas que pretendem incluir, e ampliar nossas memórias ", conclui.
As atividades presenciais do festival se encerraram nessa sexta, mas o Arquivo em Cartaz segue até o dia 18 de novembro, com a exibição de filmes no streamings e em programas especiais exibidos na televisão, em três canais públicos: o Canal Gov e o Canal Educação, ligados à Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), do Governo Federal, e a UnBTV, ligada à Universidade de Brasília. A programação completa pode ser conferida no link abaixo com exibição online de filmes criados com documentos de arquivo. Link de exibição da Mostra online: https://arquivoemcartaz.bluecinemaetv.com.br/.