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“Arquivos e políticas públicas para a redução das desigualdades” é tema de debate na 8ª SNA
Nesta última sexta-feira, 14 de junho, o Arquivo Nacional (AN) promoveu a mesa “Arquivos e políticas públicas para a redução das desigualdades” (assista na íntegra). O encontro virtual é fruto de um esforço de ampliação e fortalecimento da parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o AN. Mediada pela analista de programa para os temas de gênero e raça do PNUD, Ismália Afonso, a atividade faz parte da programação da 8ª Semana Nacional de Arquivos.
Ismália Afonso deu início a atividade que também ocorre no escopo da discussão do "Relatório Especial 2023 - 25 anos - Desenvolvimento Humano no Brasil". Esse documento faz uma análise aprofundada dos desafios e resultados dessas últimas duas décadas e a importância da governança pública no país para a redução das desigualdades. “Vamos tentar trazer nesta mesa de que maneira os arquivos compõem o esforço na melhoria de sua capacidade de governança e assim na melhoria de sua capacidade de resposta aos desafios das desigualdades como são colocados no país hoje”, concluiu Ismália.
Na sequência, foi a vez do diretor do Arquivo Municipal de São Cristóvão - SE, Adailton Andrade. O diretor, em sua apresentação, afirmou que dentro da proposta da redução de desigualdade, “as instituições arquivísticas entenderam que não são apenas locais para guardar documento e sim uma ferramenta de comunicação, ou seja, dá oportunidade de dar voz ao outro, principalmente àquelas comunidades minoritárias”.
Já o diretor do Arquivo Público do Estado da Bahia e Conselheiro do Conarq, Jorge X, afirmou que os Arquivos hoje são, além de espaços de memórias, também são espaços de garantias de direito. O diretor destacou que os arquivos públicos são instrumentos fundamentais para as políticas públicas e também para o legado ancestral da Administração Pública. “Daqui a 20, 30 anos, historiadores irão se debruçar sobre uma documentação de uma população que enfrentou a Covid-19, por exemplo. São os arquivos públicos que trazem esse legado por preservar a memória institucional”, ressaltou.
Em seguida, a coordenadora da unidade do Desenvolvimento Humano do PNUD Brasil, Betina Barbosa, apresentou o trabalho de investigação de como o desenvolvimento humano vem se comportando no Brasil nos últimos 25 anos. “É uma agenda extremamente importante, porque este conceito faz uma ruptura na ideia de bem-estar. O PNUD coloca no debate principal sobre o desenvolvimento questões mais amplas do que apenas questões de crescimento econômicos”, destacou a coordenadora. Ela afirmou, ainda, que o conceito de desenvolvimento humano traz a necessidade de debater de que forma as pessoas têm acesso ao bem-estar digno, a padrões que permitem longevidade da poplução e a conhecimentos por meio da educação.
Finalizando a mesa, a diretora-geral do Arquivo Nacional, Ana Flávia Magalhães Pinto, abriu sua fala ressaltando o desejo que tem de que um tema como este - desigualdades - seja cada vez menos definidor em promoção de mesas de debates e sobre seu anseio de que "Brasil de equidade" tome lugar deste Brasil de desigualdade.
Dando continuidade em sua apresentação, a diretora destacou a construção em curso de parcerias ainda mais efetivas com os Arquivos Públicos do país. Ana Flávia enfatizou a importância de pensar nas entregas destas instituições arquivísticas pautadas na população e com leituras antenadas com o compromisso da superação das desigualdades. E este trabalho, de acordo com a diretora-geral, só será possível por meio da "cooperação mútua, compartilhamento de experiência e saberes entre os Arquivos". A diretora complementou: "Podemos pensar como uma medida disruptiva, no sentido de oportunidade de renovação, fortalecimento e até mesmo inovação".