Sangue de cordão umbilical e placentário
O sangue de cordão umbilical e placentário é rico em células-tronco hematopoéticas (que são as células precursoras das células do sangue) e pode ser uma fonte alternativa de células no tratamento de doenças hematológicas, como cânceres e outras disfunções do sistema de produção ou funcionamento das células sanguíneas, quando há a necessidade de transplante.
As células-tronco hematopoéticas de sangue de cordão umbilical e placentário para uso terapêutico são obtidas, processadas e armazenadas pelos estabelecimentos denominados Bancos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário.
A grande maioria dos transplantes que utilizam as células-tronco do sangue de cordão umbilical e placentário é realizada com células armazenadas em bancos públicos. Mais de 32 mil pacientes no mundo todo foram transplantados com células doadas por doadores não aparentados.
No Brasil, entre 2003 e 2018, mais de 140.000 unidades de sangue de cordão umbilical e placentário foram armazenadas em bancos privados, e apenas seis foram utilizadas em transplante autólogo (quando as células provêm do próprio paciente), e dez unidades foram utilizadas em transplante aparentado. Em nível mundial, também são raros os relatos de realização de transplantes de sangue de cordão autólogo, não existindo estatísticas quanto ao uso e à eficácia desses tratamentos. Um dos motivos para a pouca utilização autóloga do sangue de cordão é que as células podem carregar o mesmo material genético e os mesmos defeitos responsáveis por uma doença que venha a aparecer nos primeiros anos de vida da criança.
A escolha por um transplante autólogo ou alogênico (quando as células utilizadas no transplante provém de um outro indivíduo, que pode ser aparentado ou não), e pela fonte de células-tronco (de medula óssea, de sangue periférico ou de sangue de cordão) depende de vários aspectos que incluem: tipo de doença a ser tratada, malignidade e evolução da doença, natureza genética; características do paciente: idade e peso, tratamentos prévios; disponibilidade: compatibilidade doador/receptor, e número de células necessárias para o transplante. O uso de células do sangue de cordão da própria pessoa é desaconselhado, por exemplo, em casos de leucemia.
Estas e outras informações estão disponíveis na cartilha “Conhecendo os bancos de sangue de cordão umbilical e placentário - Ajudando futuros pais a tomar uma decisão consciente”, publicada pela Anvisa, que busca esclarecer as verdades e as perspectivas futuras sobre o armazenamento do sangue de cordão umbilical em bancos públicos e privados.