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PREVENÇÃO
Anvisa e Ministério da Saúde fazem campanha para alertar viajantes sobre sintomas de Mpox
Banner na área de desembarque internacional do aeroporto de Brasília alerta sobre sintomas da Mpox.
Lesões na pele, febre, dor de cabeça, ínguas, calafrios, fraqueza e dores no corpo. Esses são os principais sintomas da Mpox – e a Anvisa e o Ministério da Saúde (MS) querem alertar os viajantes que chegam ao país sobre esses sintomas.
Para atingir o público-alvo e minimizar o risco da entrada de novas variantes da doença no Brasil, estão sendo instalados nos principais aeroportos e portos do país banners ilustrando os sinais da doença e orientando os viajantes sobre o que fazer caso apresentem algum deles. As mensagens também estão sendo veiculadas nos painéis eletrônicos disponíveis nos aeroportos. Além de português, a mensagem tem tradução para inglês, espanhol e francês.
Caso alguma pessoa apresente os sintomas ao retornar de viagem, a recomendação é para procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo – utilizando roupas que cubram as lesões –, evitar contato com outras pessoas e não compartilhar objetos.
A ação é fruto de uma parceria entre a Anvisa, o Ministério da Saúde e as administradoras dos portos e aeroportos. No aeroporto de Brasília, por exemplo, os avisos já estão disponíveis tanta nas áreas de embarque/desembarque doméstico quanto na área internacional.
Segundo Geraldo Marques, coordenador de Vigilância Sanitária em Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados no Distrito Federal (CVPAF-DF), só pelo aeroporto de Brasília passam diariamente cerca de 40 mil viajantes.
Veja aqui as fotos da campanha em alguns dos aeroportos e portos brasileiros.
Outras ações
Além dos avisos, a Agência vem realizando outras atividades, como reuniões e palestras para trabalhadores das comunidades portuária e aeroportuária. O objetivo é intensificar as ações de identificação de casos suspeitos e o rastreamento de contatos nos pontos de entrada do país.
No porto de Paranaguá, por exemplo, foi realizada em setembro uma palestra para discutir medidas de prevenção contra a Mpox e, em outubro, um exercício simulado de acionamento do plano de emergência em saúde pública.
Sobre a doença
A Mpox é uma doença causada pelo mpox vírus (MPXV). A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com pessoas infectadas, materiais contaminados ou animais silvestres (roedores) infectados.
O intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas da Mpox (período de incubação) é tipicamente de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.
As erupções na pele geralmente começam de 1 a 3 dias após o início da febre, mas, às vezes, podem aparecer antes da febre. Uma pessoa pode transmitir a doença desde o momento em que os sintomas começam até as erupções na pele terem cicatrizado completamente e uma nova camada de pele se formar.
Atualmente, o tratamento dos casos de Mpox baseia-se em medidas de suporte clínico com o objetivo de aliviar sintomas, prevenir e tratar complicações, e evitar sequelas. A maioria dos casos apresenta sinais e sintomas leves e moderados. Até o momento, não se dispõe de medicamento aprovado especificamente para a Mpox.
Histórico
Em dezembro de 2022, a República Democrática do Congo declarou um surto nacional de Mpox, a partir da circulação da cepa 1 do vírus mpox (MPXV), considerada endêmica no país. Em setembro de 2023, uma nova variante (cepa 1b) foi identificada e associada ao aumento significativo de casos no país. A transmissão sexual foi a principal forma de transmissão na maioria dos casos notificados.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a variante indica uma adaptação do vírus devido à intensa circulação em humanos. Desde julho de 2024, a nova cepa foi detectada em países vizinhos. Em agosto de 2024, a OMS declarou que o aumento contínuo de casos de Mpox constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) e publicou recomendações temporárias voltadas para a preparação e a resposta ao evento em andamento.
A observação das autoridades de saúde é que essa variante é mais fácil de ser transmitida e está afetando principalmente crianças. Ela também pode se espalhar por diferentes modos de transmissão e não apenas por contato próximo e prolongado.
A nova variante foi confirmada, até o momento, em casos na República Democrática do Congo, Ruanda, Uganda, Quênia e Burundi. Suécia, Tailândia, Índia e Alemanha confirmaram a ocorrência de um caso importado dessa cepa e nenhuma transmissão secundária foi relatada. Até o dia 29/10 não foram detectados casos dessa nova cepa na região das Américas.
Casos no Brasil
Já em relação à primeira cepa do vírus, o Brasil registrou, em 2022, mais de 10 mil casos confirmados ou prováveis. Em 2023, foram notificados 853 casos.
Segundo o último informe do Ministério da Saúde, de janeiro a 25 de outubro de 2024 foram notificados no país 1.495 casos confirmados ou prováveis de Mpox. A região com maior notificação de casos foi a região Sudeste, registrando 77,8% (n = 1.163) dos casos nacionais.
Para saber mais, acesse o site do Ministério da Saúde.