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PORTOS, AEROPORTOS E FRONTEIRAS
Uruguaiana: Anvisa no maior porto seco da América Latina
O Posto da Anvisa de Uruguaiana, que fica a 681 quilômetros de Porto Alegre, na fronteira com a Argentina, está localizado em cinco salas no prédio administrativo do maior Porto Seco da América Latina.
A magnitude do Porto Seco ajuda a explicar a necessidade de a Agência estar por perto. Possui área total de 167 mil metros quadrados, sendo seis mil metros quadrados reservados à armazenagem.
Porto seco é um terminal terrestre diretamente ligado por estrada ou via férrea. Recebe e armazena cargas de mercadorias que precisam passar por exigências legais de comercialização – por exemplo, pelo crivo sanitário da Anvisa. Depois, os produtos são levados para seu destino. Hoje, existem no Brasil 63 portos secos, sendo 35 deles em 14 estados diferentes, 27 em São Paulo e um no Distrito Federal.
Movimento
O porto tem capacidade para receber até 720 caminhões por dia, mas já chegou a receber mais de mil caminhões em um dia de alta rotatividade. Duas mil pessoas circulam diariamente por ele, sendo 900 funcionários da administradora Multilog, servidores de órgãos fiscalizadores, como Anvisa e Ministério da Agricultura, e despachantes.
Neste posto da fronteira com a Argentina, a Anvisa conta com três servidores, os fiscais Juan Carlos Cavalheiro, José Luiz Rezendes Umpierre e Elisabeth Ribeiro da Silva. Eles se revezam para manter o posto aberto entre 8h e 18h, diariamente.
Antes, o posto da Agência ficava no centro de Uruguaiana, mas foi transferido para o interior do Porto Seco no ano de 2000, por necessidade de trabalho. "Houve a necessidade de estarmos mais próximo de onde solicitavam a fiscalização", lembra Rosemaria Timm, chefe do posto à época da mudança de local, hoje atuando como fiscal da Coordenação de Vigilância Sanitária de Portos, Fronteiras e Recintos Alfandegados do Rio Grande do Sul (CVPAF/RS).
As atividades da Anvisa no posto já foram bem mais complexas, incluindo o trabalho de¿inspeção física das cargas. Num dia movimentado, chegavam a ser realizadas 70 inspeções dentro de caminhões, em trens ou nos armazéns. Hoje, quase 100% desse trabalho é remoto, com as cargas à espera de fiscalização ficando armazenadas numa área coberta de 1.200 metros quadrados reservada à Agência pela administradora do Porto.
Rotina
Ente as principais atividades hoje realizadas pelos servidores da Anvisa em Uruguaiana, estão a emissão do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP) e a inspeção da infraestrutura do Porto Seco, que inclui averiguar o estado de limpeza das áreas, dos dois banheiros, de oito tanques de lavagem de roupa e 11 pias de lavagem de louça, além de seis quiosques com churrasqueiras, controle de vetores e pragas, controle de água potável, controle de efluentes sanitários, climatização e a verificação do correto armazenamento e separação do lixo.
Os fiscais da Anvisa também dão orientações para os caminhoneiros sobre as cozinhas dos caminhões, ou seja, sobre o correto armazenamento dos alimentos e da água. São realizadas abordagens orientativas aos motoristas profissionais, com transmissão de noções sobre alimentação saudável e saúde. Os servidores divulgam ainda medidas para evitar doenças sexualmente transmissíveis e prevenir a hipertensão, e falam sobre o consumo de bebidas alcóolicas e direção de veículos.
Fora do Porto Seco, os servidores são responsáveis pela inspeção de aeronaves no Aeroporto Rubem Berta. Os ficais entram nos aviões após os voos para verificar itens como o prazo de validade dos alimentos e dos medicamentos oferecidos a bordo, e a limpeza das aeronaves. Igualmente, a Agência tem responsabilidade sobre a inspeção da infraestrutura do porto seco ferroviário, apesar de estar desativado.
A rotina dos servidores da Anvisa em Uruguaiana começa com uma inspeção bem particular: a caixa de entrada do Sistema Eletrônico de Informação (SEI) do Governo Federal, para saber se há alguma demanda da sede da Anvisa, em Brasília, por auxílio na inspeção de cargas. "É a primeira coisa que eu faço quando chego no trabalho", diz o fiscal José Luiz Umpierre, que atua em vigilância sanitária há 21 anos.
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