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AMR
Continentes unem-se contra resistência antimicrobiana
O diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, participou, nesta quarta-feira (29/3), da reunião “União Europeia e América do Sul: trabalhando juntas na Resistência Antimicrobiana (Anti-Microbial Resistance - AMR)”, no Hotel Royal Golden Tulip, em Brasília. Ao lado dos ministros da Saúde, Ricardo Barros, e da Agricultura, Blairo Maggi, Barbosa ciceroneou o comissário da União Europeia para Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis, que falou sobre a AMR como um desafio maior não só para a Europa, mas para todo o mundo.
Na reunião, foram abordados os planos de ação dos continentes europeu e sul-americano na busca de soluções para a resistência antimicrobiana, já encarada como uma questão de saúde pública global: o uso excessivo e inadequado de medicamentos antimicrobianos (antibióticos) tem levado a um aumento na capacidade de resistência dos microrganismos com relação aos medicamentos.
Com isso, simples doenças, facilmente tratáveis, podem se tornar letais. A iniciativa dos países da União Europeia e da América do Sul tem a finalidade de estabelecer formas eficazes de enfrentamento ao problema.
Em sua apresentação, o comissário Andriukaitis exibiu dados que colocam a AMR como uma séria ameaça à saúde pública:
- Nos EUA, 25 mil pacientes morrem, anualmente, de infecções provocadas por bactérias resistentes.
- Em todo o mundo, este número pode chegar a 700 mil.
Para Jarbas Barbosa, as estratégias de combate à AMR chegaram a um novo patamar: “A abordagem integrada entre a Organização Mundial da Saúde e a FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, junto com o setor de desenvolvimento científico-tecnológico, vai ser fundamental para que o mundo se prepare para uma resposta adequada”.
O diretor-presidente destacou que a Anvisa trabalha em parceria com o Ministério da Saúde neste tema. “Desde a década passada, o Brasil adotou várias iniciativas em relação ao enfrentamento da resistência antimicrobiana, com medidas como a obrigatoriedade da prescrição do uso de antibióticos, com protocolos para utilização adequada de antibióticos em uso hospitalar, e o fortalecimento das ações de vigilância, pois é importante que cada país saiba exatamente qual é sua carga de infecções antimicrobianas, para que tenhamos dados confiáveis e capazes de serem utilizados pelos tomadores de decisões”.
O Brasil elabora o seu Plano de Ação Nacional para a Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos, numa parceria entre Anvisa e ministérios da Saúde, Agricultura, Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente. “Consideramos que a elaboração de Planos de Ação Nacionais, além de estabelecer o controle e a prevenção da resistência aos antimicrobianos, articula estratégias para acabar com o uso indevido desses medicamentos e possibilita maior compreensão do problema”, disse o ministro da Saúde.
Já o ministro Blairo Maggi afirmou que, no tocante ao combate à resistência antimicrobiana, o governo brasileiro sempre adotará decisões nesse tema baseadas em estudos científicos.
Grupo interagências - O diretor-presidente Jarbas Barbosa já havia conversado com Vytenis Andriukaitis na tarde de terça-feira (28/3), durante visita de cortesia que o comissário fez à sede da Anvisa. Na ocasião, Barbosa falou sobre a atuação da Agência no Plano de Ação Nacional para a Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos e do recém-formado grupo de coordenação interagências sobre resistência antimicrobiana da ONU, do qual é integrante.
O objetivo desse grupo internacional de especialistas é elaborar orientações práticas sobre as abordagens necessárias para assegurar uma ação global, eficaz e sustentável, para enfrentar a resistência aos antimicrobianos. A primeira reunião do grupo será em abril próximo.
Plano da vigilância Sanitária - Numa iniciativa complementar ao Plano de Ação Nacional, a Anvisa trabalha em seu Plano de Ação da Vigilância Sanitária em Resistência aos Antimicrobianos. O documento, que demarca o papel da vigilância sanitária nos esforços brasileiros de enfrentamento à resistência aos antimicrobianos, norteará a atuação da Agência frente a esse urgente desafio da saúde pública. Nele estão expostas estratégias de diferentes campos da vigilância sanitária, como alimentos, serviços de saúde e laboratórios, entre outros.
Seguindo recomendações da OMS, o Plano de Ação da Vigilância Sanitária está organizado em três partes: plano estratégico, plano operacional e plano de avaliação e monitoramento.
O Plano evidencia a consciência da Agência sobre seu papel e os potenciais caminhos para superar a disseminação da resistência aos antimicrobianos no Brasil.
Com informações dos ministérios da Saúde e da Agricultura.
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