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Pessoas com deficiência ganham espaço na Anvisa
Para promover a inclusão social, a Anvisa tem priorizado em seus contratos a participação de pessoas com algum tipo de deficiência. Recentemente a Agência contratou uma equipe de seis profissionais com diferentes tipos de deficiência para o atendimento ao público na Agência.
A contratação ocorreu por meio de uma empresa terceirizada que capacita e encaminha pessoas com alguma deficiência ao mercado de trabalho. Os funcionários prestam atendimento no Parlatório, pelo Serviço de Informação ao Cidadão (SIC) e também aos usuários da Biblioteca Terezinha Ayres Costa.
Em 2011, a Agência já havia incorporado uma equipe de terceirizados, formada por 32 surdos, que colabora no serviço interno. A ideia é quebrar preconceitos, afirma o Coordenador de Gestão da Transparência e Acesso à Informação, Paulo César de Oliveira. “É importante para a Anvisa, de certa forma, dar notoriedade para a pessoa saber que ela está sendo atendida por alguém com deficiência”, disse. “A gente espera quebrar um pouco alguns preconceitos que existem de que talvez uma pessoa com deficiência não tenha capacidade”, comenta.
O atendente do Parlatório, Rodrigo Cosme dos Santos, 30 anos, sofre entre outras coisas, de Polineuropatia sensitivo-motora , doença que causa atrofia muscular. Ele diz que o trabalho trouxe mais independência e autonomia. “Apesar de eu ter dificuldades para me locomover, o meu potencial para o trabalho é o mesmo de qualquer outra pessoa”, afirma.
Alexnaldo Lima de Santana, 42, é cadeirante por causa da poliomielite que o acometeu durante a infância. O trabalho no Serviço de Informação ao Cidadão é uma oportunidade de mostrar ao público que vem à Anvisa que todos podem ser incluídos em um ambiente de trabalho como o da Agência.
O trabalho dos funcionários ocorre em dois turnos e conta com a supervisão de dois profissionais fluentes em Língua Brasileira de Sinais (Libras) para intermediar a comunicação, no caso dos surdos, e oferecer suporte à equipe de atendimento ao público.
Dificuldades
Apesar dos avanços, as pessoas com deficiência ainda enfrentam obstáculos como a falta de acessibilidade e o preconceito. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) aponta que 81% dos recrutadores contratam deficientes apenas para cumprir a lei e só 12% o fazem independente de cotas. Além disso, algumas empresas preferem pessoas com deficiência não aparente, o que dificulta a inserção no mercado de trabalho.
A supervisora dos contratados, Wanessa Gonçalves fala sobre as dificuldades que os funcionários enfrentam ao procurar emprego. “Além da deficiência deles, tem muito preconceito. Tem lugar em que eles não são aceitos, que acham que eles não são capazes”, conta.
No caso da Agência não houve qualquer restrição quanto à contratação de pessoas com deficiência aparente, como explica o responsável pelos contratos, Paulo César de Oliveira. “Eu quero mais é que vejam que é um cadeirante que está atendendo”, afirma.