Rybrevant (amivantamabe): nova indicação
Nome do produto |
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Empresa |
JANSSEN-CILAG FARMACÊUTICA LTDA |
Categoria |
Inclusão ou modificação de indicação terapêutica
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Indicação |
RYBREVANT (amivantamabe) é indicado em combinação com carboplatina e pemetrexede, para o tratamento de pacientes adultos com câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) localmente avançado ou metastático com mutações de deleção no éxon 19 ou de substituição L858R no éxon 21 do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR), cuja doença tenha progredido durante ou após o tratamento com um inibidor de tirosina quinase (EGFR TKI) de terceira geração. O produto já está aprovado para as seguintes indicações: • em combinação com carboplatina e pemetrexede, para o tratamento de primeira linha de pacientes adultos com câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) localmente avançado ou metastático com mutações de inserção do Exon 20 ativadoras do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR). • em monoterapia para o tratamento de pacientes adultos com CPNPC localmente avançado ou metastático com mutações de inserção do éxon 20 ativadoras do EGFR, cuja doença apresentou progressão durante ou após quimioterapia à base de platina. |
Publicação no DOU | 15/04/2024 |
Mais informações |
O câncer de pulmão é um dos tipos mais comuns de câncer e é a causa mais comum de morte por câncer em todo o mundo. O câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) é responsável por aproximadamente 85% dos cânceres de pulmão, com taxas de sobrevivência de 5 anos para o CPNPC dependendo do estágio no diagnóstico e variando de 65% para câncer localizado a 9% para câncer que se espalhou para locais distantes. Em pacientes com doença metastática, mutações condutoras são observadas em aproximadamente 60% dos adenocarcinomas. Em pacientes com adenocarcinoma de CPNPC, entre as mais prevalentes dessas mutações condutoras estão aquelas que resultam na ativação do EGFR, que são identificadas em aproximadamente 15% desses pacientes nas populações ocidentais, e em até 40% a 50 % desses pacientes em populações asiáticas. Entre os pacientes com CPNPC do subtipo adenocarcinoma, as mais prevalentes dessas mutações driver são aquelas que resultam na ativação do EGFR, que são identificadas em aproximadamente 15% dos pacientes ocidentais e em até 40% a 50% dos pacientes asiáticos. As mutações EGFR mais frequentemente identificadas, Exon 19del e L858R, são identificadas em 80% a 85% dos indivíduos com mutações EGFR ativadoras. O atual padrão de tratamento para CPNPC com EGFR mutado é o inibidor de tirosina-quinase de terceira geração (EGFR TKI) osimertinibe, o qual melhorou a sobrevida livre de progressão (PFS) e sobrevida global versus inibidores de tirosinaquinase de primeira geração. Apesar da eficácia inicial, quase todos os pacientes tratados com osimertinibe desenvolveram resistência. Mecanismos de resistência à osimertinibe são diversos e policlonais, com a maioria sendo alterações no gene MET (por exemplo até 51% por hibridização por fluorescência in situ) e mecanismos de EGFR. Os guias para tratamento recomendam a quimioterapia baseada em platina (carboplatina e pemetrexede) como a próxima linha de terapia com uma PFS mediana histórica de 4,4 – 5,5 meses em pacientes com progressão da doença depois de tratamento com TKI. Frente a essa carência de tratamentos altamente eficazes a empresa resolveu investigar o produto em tela para a necessidade médica. Rybrevant® é um anticorpo biespecífico direcionado, aprovado para o tratamento de CPNPC do éxon 20ins de EGFR, para uso após terapia anterior com quimioterapia de primeira linha à base de platina. Este produto já demonstrou eficácia para dois cenários de CPNPC altamente resistentes. Diante destes aspectos, a empresa realizou o estudo de fase 3 para avaliar a eicácia e segurança denominado MARIPOSA-2. O estudo MARIPOSA-2, base deste pleito de nova indicação terapêutica, é um estudo global, randomizado, de fase III que avaliou a eficácia e segurança de amivantamabe + carboplatina/pemetrexede (doravante denominado como "ACP") no Braço C versus CP (Braço B) em pacientes com CPNPC com EGFR mutado cuja doença tenha progredido durante ou após a monoterapia com osimertinibe. Os resultados de eficácia do estudo MARIPOSA-2 demonstraram que a combinação ACP leva à melhora estatisticamente significativa e clinicamente significativa em resultados clínicos comparados à terapia padrão (CP) entre participantes com CPNPC com EGFR mutado que tiveram progressão da doença durante ou após o tratamento com osimertinibe. Com um período de acompanhamento mediano de 8,97 meses no braço ACP e 8,34 meses no braço CP, o tratamento com ACP resultou em uma melhora estatisticamente significativa e clinicamente significativa no desfecho primário PFS avaliado por um comitê de revisão central independente e cega, o que correspondeu ao prolongamento da PFS mediana para os participantes no braço ACP comparado com participantes no braço CP. Esse benefício observado no PFS persistiu depois da mediana estimada, com 6-,9- e 12 meses eventos livres sendo maiores no grupo ACP comparados com o braço CP. A proporção de pacientes ainda recebendo terapia no braço ACP (51,5%) foi acima de duas vezes daquela observada no braço CP (22,6%). Outros desfechos secundários foram também positivos para melhora da doença frente ao tratamento comparador. O perfil de segurança da combinação ACP foi consistente com os perfis de segurança conhecidos dos seus componentes individuais. O tratamento com ACP foi tolerável e os eventos adversos foram geralmente manejáveis com interrupções de dose protocolo-especificadas, reduções, e cuidados de suporte sem novos sinais de segurança identificados. A vasta maioria de rash Grau 3 apareceram dentro de 3 meses (por exemplo, precocemente durante o tratamento), com incidência aumentando modestamente ao longo de 12 meses. Isso é principalmente direcionado devido ao acompanhamento marcadamente diminuído para os participantes aos 12 meses. A erupção média de eventos adversos graus 1-4 foi 1,27 para CP e 1,72 para ACP. As diferenças entre os tratamentos para a maioria dos eventos adversos de interesse especial estabilizaram ou aumentaram mais lentamente com o tempo. Portanto, considerando a totalidade das evidências apresentadas pela empresa o balanço benefício-risco da presente indicação é positivo. Essa petição foi priorizada em conformidade com o inciso I do Art. 4° da RDC nº 204/2017. |