Pomalyst® (Pomalidomida): novo registro
Nome do produto |
Pomalyst® (Pomalidomida) |
Empresa |
Bristol-Myers Squibb Farmacêutica Ltda. |
Categoria |
Registro de Medicamento Novo
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Indicação |
POMALYST® em combinação com bortezomibe e dexametasona é indicado para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo recidivado ou refratário que receberam pelo menos um esquema de tratamento anterior, incluindo lenalidomida. POMALYST® em combinação com dexametasona é indicado para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo recidivado e refratário que receberam pelo menos dois regimes de tratamento anteriores, incluindo lenalidomida e bortezomibe, e demonstraram progressão da doença na última terapia. |
Publicação no DOU | 29/07/2022 |
Mais informações |
O mieloma múltiplo (MM) é uma neoplasia maligna de origem hematopoiética, caracterizada pela proliferação clonal de plasmócitos na medula óssea, que, na maioria dos casos, secretam proteína monoclonal detectável no sangue ou urina, podendo levar à disfunção de órgãos. Os plasmócitos produzem em excesso um tipo específico de proteína relacionada à imunoglobulina humana, denominada proteína monoclonal (proteína-M), paraproteína ou pico-M, que podem levar a hiperviscosidade plasmática e danos renais. A proliferação de células plasmáticas pode levar à supressão da medula óssea e pode causar hipocalcemia. Estas características do MM dão origem a sintomas diferentes, como dor óssea e envolvimento esquelético, cansaço por anemia ou cefaleia por hiperviscosidade. Também podem ocorrer complicações de hipercalcemia ou insuficiência renal. Os sintomas apresentados pelos pacientes incluem: dor óssea, fraturas ou infecções ósseas, hipercalcemia (devido à destruição óssea), insuficiência renal causada pela precipitação de cadeias monoclonais nos túbulos coletores, síndrome da hiperviscosidade sanguínea, infecções bacterianas recorrentes, anemia normocítica normocrômica ou macrocítica, perda ponderal, massas subcutâneas e compressão medular. Entretanto, alguns pacientes podem ser assintomáticos e a doença é descoberta por acaso, quando exames laboratoriais revelam anemia e hiperproteinemia. O mieloma múltiplo corresponde a 1% de todos os tipos de câncer e cerca de 10% das neoplasias hematológicas. De acordo com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, foram registrados 3.064 óbitos por essa doença no Brasil no ano de 2016, sendo a maioria dos casos na região sudeste. Por não fazer parte das estimativas anuais do Instituto Nacional de Câncer (INCA), os dados sobre a incidência dessa neoplasia no Brasil são escassos. A pomalidomida, assim como a lenalidomida, é um agente imunomodulador cujo mecanismo de ação é primariamente mediado por atividades tumoricidas e imunomoduladoras antimieloma diretas. A pomalidomida possui dois mecanismos principais de ação: induz a parada do ciclo celular e a apoptose em células de mieloma múltiplo, e possui atividade imunomoduladora com efeitos na imunidade celular em células T e células natural killer (NK). Os dados enviados pela requerente evidenciaram que o tratamento com pomalidomida 4 mg combinado com dose baixa de dexametasona (40 mg, uma vez por semana), administrado por 21 dias de um ciclo de 28 dias em pacientes que apresentavam mieloma múltiplo recidivante e refratário que receberam anteriormente lenalidomida e bortezomibe foi eficaz. Foi observada uma sobrevida livre de progressão significativamente mais longa em pacientes que receberam a combinação pomalidomida + dexametasona (15,7 semanas) em comparação com os pacientes que receberam alta dose de dexametasona (8,0 semanas). Em pacientes com mieloma múltiplo recidivado ou refratário que receberam pelo menos um esquema de tratamento anterior, incluindo lenalidomida, o tratamento com pomalidomida + bortezomibe + baixa dose de dexametasona reduziu o risco de progressão ou óbito em 39% em comparação com o tratamento com bortezomibe + baixa dose de dexametasona (sobrevida livre de progressão de 11,2 meses versus 7,1 meses). Os eventos adversos mais comuns observados em pacientes tratados com pomalidomida incluíram fadiga ou astenia, febre, constipação, diarreia, náuseas, anemia, neutropenia (contagem baixa de glóbulos brancos), trombocitopenia (contagem baixa de plaquetas), edema periférico (inchaço dos membros devido à retenção de líquidos), neuropatia periférica (danos nos nervos causando formigamento, dor e dormência nas mãos e pés) e infecções incluindo pneumonia (infecção dos pulmões). A pomalidomida é um análogo da talidomida, um agente teratogênico humano conhecido que provoca malformações em fetos. O efeito teratogênico da pomalidomida em humanos não pode ser descartado. Portanto, POMALYST® não deve ser administrado em mulheres que estão grávidas ou que podem engravidar durante a administração do medicamento, a menos que todas as condições do Programa de Prevenção de Gravidez sejam cumpridas. Uma vez que o medicamento pode passar para o sêmen, o medicamento também não deve ser utilizado em homens que não consigam cumprir as medidas contraceptivas exigidas. Em resumo, POMALYST® (Pomalidomida) foi eficaz em retardar a progressão do mieloma múltiplo refratário e recidivado em pacientes previamente tratados com lenalidomida e bortezomibe, e em pacientes que receberam tratamentos à base de lenalidomida anteriormente em seu curso de tratamento, incluindo aqueles que se tornaram refratários à lenalidomida. Os eventos adversos observados foram geralmente controláveis com interrupções ou reduções de dose, e cuidados de suporte. O balanço risco benefício do medicamento POMALYST® (Pomalidomida) foi considerado favorável |